sexta-feira, fevereiro 27, 2009

A Cavalgada

Ainda a propósito do Sporting-Bayern, dou comigo a lembrar-me de... Wagner?



É que o tom grandiloquente da Cavalgada das Valquírias parece a música de fundo ideal para um resumo do jogo. Pelo menos é o que se vai ouvir na mente dos adeptos de futebol por essa Europa fora. Mais bem, pela qualidade do jogo, poderíamos dizer 'passeio', 'promenade' das Valquírias. E então seria um 'remix' jocoso, com tons de burlesco.

E também... chamar ao Ribery ou ao Toni 'valquírias' [imagem mental...] é o único 'payback' possível.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

O Segredo Tuga

Depois do êxito d'"O Segredo", venho propôr à Rhonda Byrne uma sequela: 'O Segredo Tuga', ou 'The Tuga Secret', em bestselleriano.

Ora, constato que o Universo desconhece a grande força do Segredo Tuga. Donde, procedo à explicação daquilo em que consiste. Hum? Mas assim já não é segredo? Meu amigo: a Rhonda vendeu uns milhões de 'copies', não foi só uma. Entendidos? Ela lá terá o seu segredo para transformar este num 'bestseller', como merece.

Mas dizia eu que o Segredo Tuga, sendo uma força do Universo, é desconhecido. Nem mesmo Newton o intuiu. Acontece o seguinte: o tuga leva sempre consigo um segredo. Um plano secreto. Pode ter vários níveis, mas o que interessa é que a maior parte não sabe desse plano. Embora cada um, nessa tal maior parte, tenha o seu próprio plano.

Pode ser o plano secreto de vender um banco que é oferecido pelo Estado aos espanhóis, ou pode ser o plano secreto de não dizer a ninguém onde se comem as melhores bifanas antes dos jogos do Belenenses. É preciso é que muita gente não saiba - porque senão os outros tugas - que têm faro - tomam conta da coisa. Um segredo é um segredo.

Pois bem. O tuga mantém-se aguerridamente fiel ao seu segredo, de novo: o melhor sítio para a pesca da sarda, ou o desvio para evitar as filas da manhã, o esquema para ganhar as apostas na BetandWin, ou a dica clandestina para as acções que se deve comprar. Esse segredo 'ninguém lho tira'. E o tuga também não abre mão dele.

O jovem português, no desenvolvimento até ao macho adulto, muitas vezes se depara com os tugas, e pergunta-se, inevitavelmente, se não deveria ser como eles, arranjar assim um segredo para trazer consigo, para embandeirar. Dependerá de quantos 'não sejas parvo' ouvir nesse percurso. 'Olha, faz assim - estás a ver? Pois, pá. E os gajos nem sabem de nada.' A socialização é fundamental. E assim se chega a uma nação em que a subespécie 'tuga' povoa grande parte do território por onde antes passavam 'portugueses'.

'Eu é que não sou parvo', diz o tuga muitas vezes. Os especialistas dividem-se acerca da finalidade desta declaração do proto-macho tuga. Será um rito de acasalmento? Sentir-se-ão as contrapartes femininas atraídas pelos tugas, os machos que não são parvos?

Alguns defendem mesmo que a Evolução está incompleta se não tomar em conta o tuga. Sucede-se ao Homo sapiens sapiens: é o Homo sapiens sapiens... non parvus (subespécie do Homem que sabe não ser parvo - também conhecido como homem Media Markt). E que depois regenera o Homo sapiens sapiens, em determinadas condições climatéricas.

Mas voltemos à vantagem competitiva dos machos 'tugas': o seu Segredo. Note-se que Portugal abunda em segredos tugas: como fazer a melhor lampreia ('fica só entre nós'), como não ser levado nas oficinas ('eles costumam fazer isto...'), como comer de graça num restaurante, como entrar sem esperar para as discotecas, o blog de onde roubar ideias para os próprios artigos*, etc., etc.

O ultra-macho tuga tem um armazém muito considerável de segredos, que partilha somente com os tugas mais próximos de si, naquilo a que os antropólogos chamam: a 'ilhas tugas', ou também as 'aldeias tugas', numa outra versão.

A quantidade, incalculada, de segredos tugas que existe em Portugal permitiria, seguramente, à Srª Byrne escrever mais uns quantos livros. Talvez o mundo precise desses segredos para o seu desenvolvimento. Quem nos diz que não pode ser relevante para um outro cidadão deste mundo saber como escolher o melhor bacalhau, como evitar o sabor a 'bedún' na carne de borrego, ou ter o número do único tipo no concelho de Vila Velha de Ródão que desenrrasca quando o quadro de electricidade for abaixo, hum? Quem nos garante?

Ele há muita sabedoria tuga aí para ser comercializada. Embalada e exportada. É um grande recurso natural - isso não é segredo para ninguém**.

*Não, não, eu estou ileso. Malgrado a enorme qualidade dos meus posts. Quer dizer, já mereciam uma tentativazinha de plágio, não?

**E ele até há tugas cujo segredo - cada vez menos secreto - é o de fazerem blogs.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Momentos 9

Júlio Pata Negra descendia de uma grande linhagem de orgulhosos suínos. Tinham sido eles, os Pata Negra, com o seu esforço, a montar o negócio de restauração de toda aquela zona. Lembrava-se de tantas tardes de convívio... E era isso que mais o magoava, ver tudo assim desmoronar-se sem razão. Mas os negócios andavam mal, e Júlio assinou os papéis à sua frente. Fumou depois uma cigarrilha, e pensou no quanto a vida tinha mudado, desde os seus tempos de leitão, no quintal perto daquele escritório, guinchando com felicidade em frente à antiga fábrica.

'Não, os tempos mudaram muito'. Repetiu. 'E preciso ter em atenção a minha saúde. Já não sou o porco viçoso de outros tempos... Hoje estou aqui, amanhã posso apanhar o lagartão ou a peste, e ir desta para melhor. Não, é preciso ter uma perspectiva das coisas.'

Júlio Pata Negra levantou-se e foi vestir o seu casaco. Passou pela porta, olhou algumas vezes para a grande sala de refeições, escura, vazia, com os quadros familiares silenciosos, criticando-o. Prosseguiu então para a garagem, desligou o alarme do seu carro, e entrou.

Na viagem a caminho de casa, repassou a sua vida. Os casamentos, as escapadelas, as viagens, os sabores. 'Foi extraordinário', pensou. Pena que tudo acabe assim, a mulher e os filhos deixando-o nesta altura. Pensou nos seus antigos amores, apetecia-lhe falar com alguém. De súbito, um nome acorre à mente, o de uma namorada de juventude, com a memória de uma relação excessiva, que não resultaria em nada. Mas Júlio, quanto mais pensava nela, mais a queria nos seus braços. E então, se bem que estivesse sozinho, disse alto que iria falar de novo com ela. Prometeu-o a si mesmo, iria procurá-la - e iria juntar-se com ela. 'Miséria: serás a última porca que amarei na vida.'

Momentos 8

Rapa, a cadela da Sr. Júlia, olhava para os seus treze cachorros entusiasmada. 'Hão-de ter um grande futuro, Rex'. Rex era o seu marido, que lia entretido o 'Matutino Canino', virando as páginas devagar. 'Talvez, querida, talvez. Eu também estou esperançoso', e sorria. 'Afinal, eles dizem aí por todo o lado que este é um mundo-cão.'

Momentos 7

As galinhas continuavam a sua marcha em frente à casa do lavrador. Gritavam e empunhavam cartazes com slogans de protesto. As exigências do sindicato eram simples: subsídio de verdura quinzenal, igualdade entre poedeiras e não-poedeiras perante a lei, e contagem do número de ovos postos, não só de pintos, na avaliação da produtividade.

Blitzkrieg Alvalade!

Hum... estava a ver se me lembrava, mas não sei mesmo. Pergunto-me, como é que se dirá 'tenrrinhos' em Alemão? Hum...

"Champions League: Eiskalte Bayern können fürs Viertelfinale planen" significa: 'Bayern frio como o gelo pode planear os quartos-de-final...'

Ó diacho...

Global Sebastianism

Ocorre-me que os portugueses andam a exportar muitíssimo nesta crise - embora não ganhem nada com isso. Refiro-me ao nosso secular sebastianismo, que parece agora espalhado pelo planeta, com a crise. 'Who's gonna solve this mess we're in?'.

Música escrita pela Polícia Judiciária de Harvey, com a contribuição dos 'Cabeça de Rádio'.



Andamos a dar, assim, de bandeja, o nosso sebastianismo de sempre. Acho mal. A única vantagem, realmente, é que isso é a prova de que este mundo é excelente para um português: habituados a desenrrascar face a um Sebastião que não vem já nós estamos. Este planeta, para nós, é casa.

Ler Faz Falta

Eu reclamei contra a 'o primado da cor' no Público, que perdeu em sobriedade, elegância e reflexão - e deixei de ler o jornal.

Eu reclamei contra o corte de José António Saraiva e 'O Expresso' porque antevi o que aí vinha: Expresso absolutamente deslavado, 'Sol' de criatividade bacoca, sem substrato. Uma boa união desfeita. Não sou leitor regular de nenhum dos semanários.

Espero pelo novo jornal do grupo Lena, para alguma frescura nesta pasmaceira.

Mas há uma novidade, desde há uns meses, assinalável: a revista Ler, sob o comando de Francisco José Viegas. Apesar de temática, é para mim, neste momento, a melhor revista portuguesa nas bancas. Eu reclamo - mas devo também aplicar Justiça no elogio.






terça-feira, fevereiro 24, 2009

O Pacto

Uma das melhores frases que alguma vez escutei n' 'Os Simpsons' foi a resposta - que reproduzo a partir do que me lembro, uma vez que não consigo definitivamente, encontrar a citação na net - à pergunta: "What ever happened to 'please' and 'thank you'"?

Diz Homer algo como: "- They killed each other. It was one of those muder-suicide pacts."

Nem mais. De como a má-educação se tornou, de súbito, e desde há uns anos, já não excepção mas pura regra - não concebo outra tão plausível explicação.

Boa Acção do Dia 13

Leitura fundamental: 'How bank bonuses let us all down', por Nassim Nicholas Taleb, autor de 'The Black Swan', no Financial Times.

Acerca dos incentivos aos financeiros - que levam os seus bónus descansados, ano após ano, ao passo que a estrutura a que pertencem (ao fim de vários anos, é certo) se desmorona.

"If capitalism is about incentives, it should be about true incentives, those resistant to blow-ups."

"(...) the incentive system put in place by financial companies has produced the worst possible economic system mankind can imagine: capitalism for the profits and socialism for the losses."

(bold meu)

Nota: Consegui ler o artigo completo na edição online, mas agora aparece já segmentado e reservado a assinantes. Razão porque eliminei o link. Ainda assim, vale a pena, se o encontrarem. Taleb é 'curto e grosso', mas certeiro no diagnóstico.

Breve Pausa Para Publicidade

As pessoas têm sempre uma memória limitada, e a Web evolui vertiginosamente. Mas... eu ainda me lembro de usar como motor de busca o Altavista, antes do advento do Google. De facto, até me recordo de estar a explicar, há bastantes anos, a grande vantagem que era o uso do Google a um neófito, recém-entrado na net, que desprezou a minha boa-fé (um clássico...). Simplesmente, direi hoje, para além das instâncias menos nobres do ser humano, porque não conseguiria perceber a evolução, magnífica, que era o Google.

O Google sempre teve uma atitude face ao utilizador de 'crunching' da informação vadia, selvagem, que pululava pela net daquele então. Ainda a net 1.0. E eu recordo-me de, nos sites que se visitava, existirem imensos 'banners' e 'pop-ups' intrusivos, que eu achava obscenos não só na explosão alucinogénica de cores, mas também no efeito surpresa traidora que constituiam. E eram, para mim, pura poluição.

O Google veio mudar isso tudo, também mercê dos anúncios que concebeu para o seu site: discretos, homogéneos, sem cores, sem intrusão. Foi parte do que fez o seu sucesso. Parte, claro, à sombra dos geniais algoritmos para gestão de informação que os seus criadores conseguiram inventar.

Lembro-me disso agora, que coloco os primeiros anúncios neste blog. É algo que está ainda em fase experimental, mas que vai continuar.

Tentarei não tornar o site 'tóxico', como os que ainda hoje critico - mas não me posso comprometer com um plano, para já. Fica como promessa vã, difusa, apalavrada somente - mas é aquilo que posso oferecer.

Tentarei, tanto a nível da disposição, como a nível do conteúdo dos anúncios, não alienar leitores, não exagerar. A vós de julgar.

Boa Acção do Dia 12

Acontece-me hoje em dia gostar de conduzir, quando era algo que eu, realmente, até dispensava fazer. Mas teve que ser - e diz que o que tem que ser tem muita força.

Donde, uma lista mais de preocupações a ter. Como a do combustível. Com o seu preço.

Para aqueles de vocês que também conduzem, eis a base com os preços practicados, sendo que basta seleccionar a zona a que confinar a procura.

Quem é amigo, quem é?

DJ Urtigão III

Num terminei, não!



Mas esse Jaisoni tem sempre uma minina na capa dos seu vídeo?



Da melíflua simplicidade. Mais informo que Jason Mraz vai dar um concerto no Campo Pequeno dia 19 de Março (dia 20 no Coliseu do Porto). Esta é a grande vantagem que eu tenho em só descobrir os artistas ao retardador: quando os começo a ouvir, estão eles a dar concertos cá*.


Imagina. Sempre à dispooohh...si...ZZZzzz...ZZZzzz...ZZZzzz

*Excepção feita, claro, a Lady GaGa, em que bati todos por antecipação. Diz lá?... Vais ver.

DJ Urtigão II

Óxente. Eu falei práqueles bandido num mexer no vídeo do YouTube, não. Essa gente é muito teimosa, pô. Num aprende, não.

Urtigão ataca de novo! Mostra prá eles, Jaissoni. Olha, e você qui tá pensando que, porque o Jaissoni botou essa minina na capa esse vídeo num é decente - vira a boca prá lá*! Vamo clicar.





Jason Mraz - cujo CD ('We Sing. We Dance. We Steal Things.'), havendo ainda alguma 'Last Dough in My Pocko', vai, depois do 'The Fame' (bem sei, bem sei, mas eu gosto dos dois extremos...) compôr a minha banda sonora de Verão**.

*Há tempo para tudo - para posts de música, e para posts de mulheres desconcertantes em biquini. Este é sobre música.

**Bem sei: Jason Mraz pertence ao Verão passado. Também o sol e a praia.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Depois Entranha-se

Espero que gostem do Generosità assim remodelado. Foi só uma limpeza de Primavera antecipada. Primeiro estranha-se.

Tudo Bem

Decidi remover o post sobre a 'D. Armanda'. Tinha lá umas coisas raras, fazia confusões, levantava dúvidas. Tudo bem.

domingo, fevereiro 22, 2009

O Clã no Ecrã

É um sentimento curioso, o de termos uma pessoa da família num programa de televisão. Neste caso uma prima, que está a começar, e de quem eu me recordava apenas remotamente. Como ela decerto não se recorda bem de mim. E, ainda assim, é um sentimento curioso.

Aqui ficam os desejos de maior sucesso nessa aventura.

Ias Ser... Mas Foste Outra Vez?!

Estava a lembrar-me de como o Liedson tem essa coisa que, suponho eu, deve ser meio difícil de digerir para os adeptos benfiquistas, que é o de cumprir com a fama. Quer dizer, jogo com o Benfica após jogo com o Benfica, ano após ano, lá se volta a dizer que 'é o carrasco do Benfica' ou 'não falha contra o Benfica'. O que permite aos adeptos sportinguistas, naquelas inócuas entrevistas antes do jogo, dizer inevitavelmente, que o marcador dos tentos do resultado que adivinham é... 'o Liedson!'.

Há até um 'work-up' dos media que serve também para fazer pressão, para quebrar, para o 'desta vez não foi!', ou o 'fim de ciclo'. Mas não é que o sacana não há meio de ceder a isso? É lixado, este Liedson. Honestamente, não conheço nenhum caso actual de um jogador que cumpra tão afincadamente uma tal 'pequena fama'.

Voilá

Dedicado aos sportinguistas francófonos que enviaram o vídeo do golo do Pereirinha para o YouTube.


Ser Sportinguista

É difícil, tantas vezes, ser sportinguista. A maior parte das pessoas que conhecemos até são benfiquistas, sobretudo benfiquistas que não acreditam que, ao dizermos que um Luisão nunca foi um bom central (já Sidnei parece-me muitíssimo melhor que Luisão ou David Luís), ou que o presidente deles é menos bom do que canonizam, não o fazemos enviesados por clubite. Até porque os sportinguistas, tantas vezes, são os primeiros a 'desancar' na própria equipa.

Ontem fui ao Sporting-Benfica, e confesso que deve ter sido um dos melhores jogos da minha vida. Excelente companhia, acesso fácil, grande ambiente, magnífica visão para o relvado. Qualidade, é a única palavra que me ocorre.

1-1: empate após a primeira parte. Não vi o penalty para o Benfica. Não sei. O resultado é talvez justo, não sei ao certo - honestamente. Ao intervalo, saímos, vamos dar uma volta. De repente, passa por nós o líder de uma das maiores - e melhores - empresas portuguesas. Na minha plebeia bancada - que nada tem de VIP, atenção. De repente, num relance, passa por nós a miúda mais desconcertantemente gira que vi nos últimos tempos... Tem que se adorar, este estádio de Alvalade.

2ª parte. Entrou o Pereirinha. Não me entusiasmou, mas também já o respeito o suficiente para não sentir a sua entrada como ameaça à equipa. Num lance, fintou um jogador - hei! Mas não tem continuação... Só que... só que ele ainda corre com a bola. Ah, mas chegou ao fim, linha de canto... Súbito: grande nó sobre o defesa: hei!!! Ah, mas agora seria preciso pé esquerdo. para centrar. Pois, a bola vai meio alta... Espera: está ali o Liedson! Ah, mas ele dali é impossível, não dá para... GGGOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!
F***-se!!!!!!!!!!!!!!!! Granda jogada! Que jogada! Graaanda goooolo...!



E, bom, perguntam vocês: mas porque é que isto está em francês? Je ne sais vraiment pas. Mais c'est jolie, ça... Bien sûr, on perd les commantaires d'un Gabriel Alves, d'un Rui Santos... c'est la vie, mes amis! On ne peut pas tout avoir. Mas eu concordo numa coisa: c'est magnifique!

Mas retomando a coisa: eu penso sempre na vitória do Sporting, na vida so Sporting, e muito menos na vida dos outros, mas não preciso de ser hipócrita com ninguém: eu gosto que o Sporting ganhe, e gosto, obviamente, que o Benfica e o Porto não ganhem. Está dito. Que me desculpem a ofensa, leitores benfiquistas, portistas - eu prefiro ser honesto convosco. Venha daí esse 'hate mail', para os revoltados leitores imberbes. Força. Knock yourselves out.

No entanto, com a mesma honestidade digo que sei reconhecer perfeitamente quando o Sporting não merece - ou quando o Benfica, o Porto merecem. Tudo bem. Não vale a pena estar a mandar areia para os olhos. Eu não vivo disso, eu não vivo do futebol. É só um complemento, mais nada. O Sporting não é campeão? Perdeu um jogo? A vida continua.

José Diogo Quintela dizia n'"A Bola" de ontem que teria escolhido ser sportinguista para não ser conformista. Para ser... do contra. Vamos ser honestos. O Benfica tem consigo tudo: tem a Lei dos Grandes Números. Mais adeptos, mais dinheiro, mais palmarés. Tem tudo. E é fácil querer ter tudo, gostar de ter tudo. Querer ser do Sporting corresponde a uma grande fé. A fé de que outros valores podem derrotar - ou mitigar - a Lei dos Grandes Números. É mais do que uma fé clubística. Como diria o José Diogo Quintela, é uma fé em como as coisas podem ser... feitas de forma diferente, que pode haver uma outra maneira. Que pode ser de uma outra forma. Tem que haver um qualquer engenho, uma outra maneira de jogar o mesmo jogo.

As coisas são mesmo assim: várias vezes, em confronto, essa abordagem vai perder. E, como sportinguista, no jogo, na vida, é preciso estar pronto para isso. Mas... quando ela consegue ter sucesso, quando ganha contra tudo, quando persiste, quando arranja outra maneira... então é a fusão de beleza, técnica, dinâmica, inteligência e criatividade. É algo que só acontece de tempos a tempos - mas para um sportinguista é algo tão intenso, tão fantástico, que vale a pena esperar todos os outros jogos, todos os outros anos.

Já se sabe que é mais provável o Benfica e o Porto ganharem títulos. Mas ser sportinguista é mesmo assim. É ser do contra, ter esperança em algo diferente, ter paciência. É vencer as 'odds'. Só de tempos a tempos, é certo. Mas tudo bem: It's still the best thing I've seen.

Ah, e a Sporttv acertou no tom do anúncio:



Belo jogo.