quinta-feira, outubro 02, 2008

Forward To: "Belzebu"

Se há coisa que eu abomino são as 'chain letters'. Se Dante descrevesse de novo o Inferno, lá estariam os gajos que criam as 'chain letters' eternamente a enviá-las para si mesmos e enviá-las de novo. E a cada vez tinham que enviar para um novo endereço, também seu. E a partir de cada novo endereço teriam que encontrar novos - seus - endereços a quem enviar. Bwah ah ah... Espera... já estou a delirar com a fantasia.

Detesto, em suma. Agora, o problema é quando são coisas realmente importantes. Por acaso, a mim toca-me ter uma amiga que é especialmente profícua a remeter emergências. O que me cria um grande dilema. Normalmente as 'chain letters' morrem chegadas a mim, mas tenho mesmo que reenviar (e é estranho as pessoas que tenho que escolher) uma emergência. Não pode ficar ali, afinal.

E se os houver que usem esse sistema de emergência falsamente, da próxima vez remeto o mail para o Joaquim Mefistófeles (quim_mefisto@gmail.com) para ele lhes arranjar um lugar onde criarem chain letters para toda a eternidade.

Individualista vs Solitário

E eu explicava que não sou individualista, que nunca fui individualista. Mas sempre fui solitário. A diferença? Um individualista pensa em si no meio dos outros. Um solitário afasta-se dos outros, porque no meio deles não consegue pensar minimamente em si. É o total oposto.

Um solitário é alguém, na realidade, profundamente gregário, que rejeita, teme, essa envolvência nos outros. Por várias razões. Não... um individualista é um puro sacana. Um solitário é apenas alguém que não gosta de como pode esquecer-se tão - mas tão - profundamente de si mesmo no meio dos outros, e por isso renega sequer a normalidade.

1000 (Uau...)

1000 posts tem já este blog. Extraordinário. 1000 posts. Acima de 1000 posts. 1000. E era para ser só umas semanas. Uau. 1000... 10 vezes 100. Um milhar de "Publicar Mensagem". Uau. E quase dois anos, que não duas semanas. Uau.

Cum caraças.

terça-feira, setembro 30, 2008

La Solita Storia... (anexo)

Recordo-me de, há uns meses apenas, me dizer um taxista milanês que as pessoas, face à crise instalada, tinham que pagar para trabalhar. Isto é, para serem escolhidos para um trabalho, face à oferta, pagavam um tanto de entrada. Pagar para poder trabalhar de um lado. 14 milhões em notas a passearem pela cara de um jornalista. Na mesma cidade.

Não, ó Zé. Eu não me metia nisso.

La Solita Storia...

Está na Gazzetta, aqui:

"Singolare il siparietto durante la conferenza stampa in cui un giornalista è stato sfidato con ironia da Mourinho a scrivere la formazione prima di una partita, e non a criticarla dopo. "Lo faccio se mi dà parte dei suoi nove milioni di ingaggio..." ha risposto il cronista. Immediata la rettifica di Mourinho, che però lo dice col sorriso sulle labbra: "Non sono nove, ma 11, e con gli sponsor arrivo a 14 milioni..."

Desafia Mourinho um jornalista italiano para escrever a formação antes de um jogo, e não a criticá-la depois. Resposta do jornalista: "Faço-o se me der parte dos 9 milhões que recebe...". Réplica de Mourinho: "Não são nove, mas onze. E com os patrocínios chego aos quatorze."

Não, ó Zé... Assim não vais lá. Ainda não percebeste que Itália é mesmo o país do mundo mais errado para estares com essa postura. E ainda por cima mergulhada também numa crise económica. E ainda por cima ainda não fizeste nada. Não vás por aí - é o meu conselho. Mas tu é que sabes. Espero que vás construindo obra e tudo isso se dilua. Mas, Zé, foste - mais uma vez - avisado de que essa não é uma "buona strada".

"Chi va piano, va sano e va lontano".

Não é preciso ir muito piano. Mas... também é preciso perceber que um gajo da bola que recebe 14 milhões - em qualquer país - tem que fazer um esforço, ter um bocado de classe. Isso não é cirurgia de peito aberto, apetece gritar.

Senão anda, verdadeiramente, a brincar com os elementos. Por mais que possa haver estratégia para proteger jogadores, devida a um qualquer outro objectivo de longo prazo.

The Way of The Rebelde

Um título que é como giz a riscar quadro na minha mente é o "Rebelde Way". Rebelde... Way? De onde virá aquilo...?

"- Oi, chaval. Tudo bem?
- Em altas.
- Olha lá, chaval, qual é a tua way?
- É rebelde, puto. Sempre.
- Bacano. Choca aí, puto."

Quer dizer. Podia ser um título inteligente, mas dá a impressão que é, antes, um que não chegou bem lá. Lá, a ter o efeito, o "twist" desejado. O tipo queira fazer passar aquilo, mas... não colou.

Foi, maybe, um bocado naïve, julgo eu. I mean, se o guy queria um bom título para a novela, assim catchy, não devia ter ido por ali. Cause um gajo, desde logo, para ser rebelde, tem que ser cool. E aquilo mais parece um old timer a fazer-se de James Dean. Um gajo das catacumbas da SIC, fat e smoking his lungs out, que pensou: "Ora bem, o que é que esse teenage dirt bag que por aí anda quer numa novela?". E came up com aquele título para o show. Ficou, of course, todo orgulhoso, ao pensar que tinha concebido uma coisa really cool and all. E, assim, levou a sua brilhante masterpiece ao boss, dizendo: 'I found it. Vai ser Rebelde Way'.

Não, o acordo ortográfico a tanto não chega, meu caro. Rebelde as it may be a sua Way, não cola.

Meio-Mundo

As pessoas não percebem bem que, quando eu digo que quero "viajar e conhecer meio-mundo", me refiro, exactamente, à metade do mundo que é feminino. Não devia ser assim tão difícil de captar.

Ciclotímico

O problema de um ciclotímico (culpado!) é que, de vez em quando, sente-se picado. Haverá uma razão, mas ele nem sabe bem de onde vem aquilo. E então é como aqueles touros que são largados na arena - tem que marrar contra qualquer coisa. Não sabe o que é aquela gente toda a gritar, e aquelas toalhas rosas em frente ao focinho. Apetece-lhe só marrar contra qualquer coisa.

E o problema é que, às vezes, marra contra o que não deve, que provavelmente não tem nada que ver com a picada que sente. Nada mesmo. Mas é um touro ciclotímico, dessa ganadaria lusitana, e tinha que marrar. Por isso, de tanto marrar mal, um dia só lhe restam cabrestos - para voltar ao mesmo sítio de onde partiu.

domingo, setembro 28, 2008

Quem Se Ri Por Último?

Ele há coisas curiosas nesta vida. Desde cedo, em Itália, eu simpatizava com o Inter. Assim, de caras. Gostava da cor do equipamento (que as escolhas têm estas razões idiotas a princípio), gostava sobretudo de Ronaldo, que nesse então andava por lá. Gostava, sei lá. Nem sei bem explicar.


Tenho simpatia por outras equipas italianas, é certo. Mas fiquei com a 'fama' de interista, e não a consigo já sacudir. Não é algo como o Sporting, se eu quisesse mudava, e quis mesmo fazê-lo, quando da conquista do penúltimo 'scudetto', por rebelião contra as folias gastadoras, tudo o contrário do que fazia o Sporting, e tudo o contrário do que eu defendo.

Mas, na verdade, não consigo sacudir ainda bem a coisa. Especialmente agora, que está lá aquele que, para mim, é de facto o melhor treinador do jogo (juntamente com Marcelo Lippi e Alex Ferguson), embora discorde de algumas abordagens, bem como um dos melhores jogadores, que está no pódio (juntamente com Messi, Ronaldinho, Ronaldo e Kaká): Ibrahimovic, e o meu jogador português favorito (além de Moutinho): Ricardo Quaresma.

Portanto, Inter, nada te prometo. Mas que vou seguir com interesse, lá isso vou. Afinal, depois de tantos anos a ouvi-las por causa da gestão alucinada e das sistemáticas derrotas, malgrado mastodônticos orçamentos, acho que mereço.

Ah, e já agora, acho que, também, por exemplo, a minha dedicação merecia ter conhecido essa musa interista que é a Debora Salvalagio, antes do namoro (ainda dura?) com o português Pelé (sacana!), porque, dizia ela, até andava à procura de homens intelectuais (mas porque é que elas nunca me chegam a conhecer?):


Ui. Mas enfim, isto tudo (ui!) para dizer que, nestes dias, é tudo isto o Inter.

É que nem é preciso sequer mencionar o Figo, vejam bem a coisa. Mourinho, Ibrahimovic, Quaresma e Salvalaggio: um mestre, um melhor-do-mundo, um mágico e uma musa. Haveria, realmente, que re-editar as conversas de secundário acerca do Inter.

Eu até diria, para concluir, que quem se ri por último ri melhor. Mas, na realidade, quem anda com a Salvalaggio é o Pelé, pelo que, tanto os meus críticos como eu, na minha glória revanchista, ficamos soterrados pela constatação de que deveríamos ter investido as nossas vidas a tentar ser jogadores da bola. É que talento não faltava.