sexta-feira, novembro 02, 2007

Rio das Flores - MST


Tenho-te sempre acompanhado, Miguel.
Recordo com nostalgia aquelas tardes de sexta-feira em que esperava ansiosamente o momento de chegar a casa e de abrir o Publico, só para te lêr. Artigos em que escrevias o que eu pensava, parecia quase telepatia... Sem esforço, as tuas opiniões eram as minhas.
Mas o tempo foi passando, e com livros por escrever, casamentos por estrear e caçadas por fazer, foste baixando o nível. O país mudou, as políticas mudaram, e os teus artigos também. Menos substância, ideias que já não eram as minhas. Desencantei-me. Então surgiu o teu primeiro romance, Equador, adorei.
Agora que publicarias o segundo, a minha expectativa cresceu. Foi crescendo, com a publicidade que se fazia e com as mensagens enviesadas de quem sabe que subiu alto com o primeiro e teme falhar no segundo.Disseste que este livro iria ser o teu enterro ou a tua consagração. Por mim, estás consagrado.
Divorciei-me de ti nos artigos, reecontrei-me contigo nos romances.

terça-feira, outubro 30, 2007

segunda-feira, outubro 29, 2007

Shot 6

O Sporting lá vai fazendo a sua epocazinha. Numa pequena análise e falando globalmente, poder-se-ia dizer: os bons jogadores da equipa são os que vêm da Academia, os reforços em regra são sempre mediocres. Quem é que os compra? O sporting tem um responsável por essa área, um homem sinistro que dá pelo nome de Carlos Freitas, uma pessoa que do que tenho visto ao longo dos últimos anos me parece francamente incompetente. Ora qual não é o meu espanto quando vejo que o dito senhor recebeu da Sporting SAD um prémio de 84 mil euros pelo Sporting ter ficado em segundo lugar no campeonato! Sim senhora, isto é o que se costuma chamar premiar o mérito!!!
Se fosse no meu clube acharia um escândalo, mas como é no rival, acho que fazem muito bem, até deviam era dar-lhe mais. Que continue à frente desta área por muitos e bons anos. Neste capítulo estou descansado.

Mudanças



Já não é só o menino guerreiro que o faz. Também Sarkozy se fartou de perguntas "imbecis" e foi-se embora. A cara da jornalista diz tudo. Mas aqui tem mais peso. Esta não é a Ana Lourenço, mas sim uma jornalista do 60 MINUTES da CBS.

domingo, outubro 28, 2007

Vocês Importam-se?

Uma coisa curiosa de ser português é a importaçao. Todos nós importamos qualquer tipo de tendência ou cultura estrangeiras. Podemos ser mais intelectuais, e entao eleger França e Itália. Ou excêntricos, e eleger países pouco conhecidos (só nós é que sabemos que na Croácia se come tal prato). Ou, herança de outro Portugal, conhecermos as nossas ex-colónias (pausa para dizer que, embora nao tenha estado, eu ache que África marca como nenhum outro continente - para o bem e para o mal). Ou sermos mais jovens e desenpoeirados, e estarmos "muy a gusto" em Espanha. Ou entao, simplesmente, importar de onde todos importam cultura - dos EUA.

Faz parte de quem somos a curiosidade pelo externo. Já dizia Eça de Queirós: "a Civilizaçao custa-nos caríssima, com os direitos de Alfândega: e é em segunda mao, nao foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas". Nao somos muito criativos a conceber de raíz, mas damos a volta ao que os outros fazem como eles nunca pensariam ser possível.

O Homem é Feito de Mudança

Reparo que uma diferença genética entre homens e mulheres é detectável na respectiva eleiçao do parceiro ideal.

Uma mulher tem um modelo definido de homem, e, embora conceda margem de manobra, nao abdica dele, geralmente (pelo menos em certos parâmetros fundamentais). Já um homem, embora tenha delineado o perfil que busca, nao pode assegurar que, se a oportunidade fizer o ladrao, ele nao seja tentado por outros tipos de mulher.

Chamada de atençao. Nao falo aqui de traiçao, de todo. Falo de envolvimento sincero, entre pessoas descomprometidas. Parece-me que um homem, embora sonhe com uma mulher "feminina, inteligente, carinhosa", e trabalhe a pensar nisso tantos dias, pode, em funçao de várias circunstâncias, ficar tentado a apaixonar-se pela colega "malandreca, vaidosa, sensual". É que, nao nos lembramos o suficiente - as pessoas mudam. E os homens mudam mais, eu diria.

É tudo também, por ridículo que possa soar, uma questao de sorte, de conjunçao de factores. O peso do casual, do fortuito, nas nossas vidas é muito maior do que podemos crer. Acho somente que os homens dançam mais ao som dos dias que as mulheres. Estas, a partir de determinada idade, sabem muito bem aquilo que procuram, e só muito raramente irao experimentar algo de diferente. Resistem melhor à sua circunstância.

Imagine-se um homem "certinho", por volta dos seus 28. Bom aluno, antes e durante a universidade. Desportista. Amigos certos. Romances passageiros, mas muito exigentes psicologicamente. No trabalho, tem que fazer um projecto com uma colega cujo comportamento relacional ele, consciente, "reprova". O trabalho é exigente, os elos constroem-se inevitavelmente. Acabam envolvidos numa relaçao mais intensa que qualquer que ele tenha tido antes. Acha ali um complemento engraçado, que nunca pensara sentir falta. Passam os anos, vem uma crise financeira, as pessoas tendem a cerrar fileiras - e casam-se.

O mesmo poderia, claro, acontecer com uma mulher. Mas eu acho que as mulheres amadurecem mais cedo, realmente, e sabem o que procuram mais cedo. Donde, a probabilidade de terem essas fraquezas mais tarde é, apesar de tudo, menor. Mas, parto dos meus padroes de normalidade. E, embora goste deles como matriz de análise, já tenho sido, de facto, surpreendido. É que há depois um factor muito interessante para além de ser homem ou mulher, que é ser português e portuguesa. E isso é todo um outro post.