sábado, novembro 15, 2008

E Tu e Eu o Que é Que Havemos de Fazer??

E tu e eu, nesta era de hipocrisia e descrença, o que é que havemos de fazer??

Talvez... Ciência. Talvez Ciência.

Muito atento a este ciclo de conferências, sobre o grande homem. Falhou-me hoje, mas não vão falhar todas.

E a esta exposição, claro.

Ou então fiquem em casa. Está a dar o Telejornal - vai falar-vos da crise económica. E de política.

Ciao.

Fundamental É Ser Castigador

E recordo-me do sktech 'Castigadores da Parvoíce', dos Gato Fedorento, por pensar em como, realmente, algumas pessoas por este nosso Portugal não são castigadores da parvoíve - mas são castigadores por pavoíces.


sexta-feira, novembro 14, 2008

Eine Kleine Problem - Und Ein Klein Lösung (Solução)

Hoje ao jogar à bola, saíram mais palavrões que o costume. Bem mais. E mais feios. Em retrospectiva, nada disso me apoquenta muito - quanto ao valor do meu 'papel' em qualquer bolsa de valores. Quando quero, digo asneiras. O quê? Sim - fui eu que disse. Letra a letra.

A Presidência da República ficará, pois, para outra encarnação.

Mas começei a engendrar a teoria de que este fluxo asneirento derivava - estão comigo? - da natureza mais agreste do alemão que começei agora a estudar. Como tive exame hoje - podia ser por aí que a coisa se convertesse.

Eh pah... são as minhas teorias (diz inclinado para trás na cadeira, e tirando cera dos ouvidos - eis como se degrada um jovem: começa pelo Português e vai por aí abaixo).

Bom, mas a coisa começou a aborrecer-me. Não há direito. Uma civilização como a alemã, que nos deu tantas coisas tão sublimes. E nem só à Claudia Schiffer e à Heidi Klum me refiro.

Talvez, antes de mais, ao inebriante génio de Wofgang Amadeus Mozart (bem sei, austríaco, - mas vamos usar a bitola da língua somente). Até o podem dizer usurpado pelo 'mainstream' (eu também não sou um especialista, se bem que nem menos energúmeno musical) se apoderou dele, que eu estou-me borrifando (vêm a agressividade?). Mozart é Mozart é Mozart. Inconfundível, incomparável - e insuperável.

Dedicado ao Fred, se ainda ler este blog, o 'Eine Kleine Nachtmusik' ('Uma Pequena Música Nocturna'), de que me falou um dia.



Não - convém pores mais alto. Bem mais alto. Ali em cima, olha lá.

É, não é?

As Pessoas Sensíveis

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão".

Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

Let's Go, Baby! Let's Go!

Voltemos à atracção. Do lucro. E de tudo o resto.


Sessão de ontem em Wall Street.



Sessão de ontem.*

Poderá haver alguma especulação nisto que vos apresento. Mas a especulação é mesmo assim. Não é uma certeza.

*Irina Sheik: excelsa foto vilmente roubada ao ''E Deus Criou A Mulher" - um blog fundamental.

Geração Faroeste

A propósito dos alunos de uma escola que receberam com ovos a ministra da Educação, dou comigo a pensar como se poderia baptizar esta geração... É que a "geração rasca", que precedeu a minha, tinha um elemento de comparação que a desfavorecia. Uma qualquer concepção juvenil (salazarista) de juventude, de gentil-juventude, com gosto por cultura, suponho.

Veio então a "geração rasca" abrir terreno, depois a minha - talvez mais certinha, em ligeira "correcção" - e seguiram-se cerca de duas gerações... insípidas. Alheias ao impostante. Imersas no fútil. Vazias. Passando de SMS pela vida. Sem referências, para além do Ronaldo. Cresceram sem limites.

Mas dou comigo a pensar que esta geração nasceu numa era que tecnologiamente potencia e multiplica a obscenidade da... estupidez.

E tenho como única explicação, naturalmente, o próprio país. Esta geração nasceu num Portugal onde não existem regras. E, sobretudo, onde não existe castigo.

Assim, pois, nunca se sentiu limitada. Se quem faz crimes não é castigado - porque é que eles haviam de ser. Se não há temor, não vergonha. Se não há vergonha, tudo é permitido. Quem diz coisas estúpidas, não tem vergonha nisso. Quem faz coisas estúpidas não tem vergonha nisso.

Esta geração é um subproduto do seu tempo. Nasceu num país sem regras, e sem contornos. Não acredita na lei - na escrita e na não-escrita. Nasceu no Portugal do Faroeste. É uma geração de Faroeste.

terça-feira, novembro 11, 2008

Em Sede

Um dos melhores requintes do jargão da advocacia é o 'em sede de...'. Tudo tem uma sede. Era interessante elaborar sobre isto. Mas agora não tenho tempo. Tenho que ir jantar - em sede de refeição (i.e., a cozinha).

As Linhas

Todos os dias se anuncia 'linhas de crédito' para as PME. Aquilo aparece por todo o lado.

'É um Big Mac, um Cheeseburger e uma linha de crédito, s.f.f.. Ah - e um pacote de batatas médio.'

'Então mas queres ir dar uma volta? Tenho uma bela linha de crédito só para nós, sabes...?'

'Viste o Sporting ontem pá? Não há direito. Pior que os árbitos são os fiscais de linha de crédito, pá. Impressionante.'

'Mas não vais à festa?' 'É que não tenho nenhuma linha de crédito para levar...'

Agora a sério, se anda a sair disso quentinho todos os dias, eu precisava de uma. Honestamente. Eu sou uma PME - este blog tem os seus custos. Mereço alguma consideração.

Kein(e)... Deutsch(e)!

Teste de Alemão (tão incipientezinho...) esta semana. Mas já dá para fazer piadola. E em vez de dizer: 'kein Deutsch' (nenhum Alemão, i.e., 'não falo Alemão'), que era o que eu deveria dizer, faço o trocadilho para me queixar de não me calhar 'keine Deutsche': nenhuma alemã!

Acho que não estou ainda a dar pontapés à língua - mas nunca se sabe. É tão bonito fazer piadas foleiras noutra língua.

Isto às tantas precisava de umas explicaçõezitas para o teste... Hum...




Lehrerinnnen! (Professoras!).

Não - não é só a BMW... Pois não.

Como é que se diz 'tardo-adolescente' em alemão...? Sei lá. Porquê?

segunda-feira, novembro 10, 2008

Mutt Like Me

É muito difícil, realmente, não ter uma profunda simpatia por Obama. Eu permaneço algo céptico no domínio das políticas, mas, como escreveu o Pedro Mexia no seu blog, espero poder defendê-lo, com alguma coerência, quando mais tarde angariar 'desiludidos'.

Mas esta frase, acerca do próximo cão para a Casa Branca (também conhecido como 'First Dog'), dever ser um rafeiro, porque, diz Obama, também ele é, de alguma maneira, um 'mutt' (pela mistura rácia, de continentes, de mundos sociais, e pela ascenção 'inusitada' ao topo) - tenho que me rir dela. Tenho que me rir com ele.

Eu, que também gosto de rafeiros, que também tenho um bocado desse desassossego de rafeiro, que também gosto da mistura, tenho que me rir com ele. Porque eu sou um 'rafeiro intelectual', ou omnívoro intelectual, sei bem da natureza da coisa, e tenho que me rir.

Rafeiro - no sentido rácico - não tem porque ser pejorativo. Só o é para pessoas com deslumbre por quimeras de natureza humana. Um rafeiro é muito mais malandreco, muito mais sabidão, e muito mais desenrrascado. Não é como esses cães de boa linhagem, que ficam zangados por qualquer elemento fora do sítio no seu mundo.

Melhor ser rafeiro feliz que ser pedigree agrilhoado.

Sistema Nervoso (Demasiado) Simpático II

O segundo problema de um sistema nervoso demasiado simpático, é já não o de ser simpático e sofrer com o mundo. Mas de ser demasiado simpático com os outros.

Acontece que acolhe demasiado os problemas, limitações, as circunstâncias dos outros. Sofre com o que não tem que sofrer, interioriza o que não deve interiorizar.

E não deve, simplesmente, porque o sistema nervoso alheio é parassimpático, isto é, está além dessa ingénua simpatia. Como tal, não tem em consideração as mesmas cortesias, não permite a mesma margem de manobra nos julgamentos de nós que faz. A nossa gentileza raia o servilismo, e a falta de resposta do outro lado raia a ofensa intolerável.

Não restam dúvidas da pequena maldição que é ter um sistema nervoso (demasiado) simpático. A maior parte safa-se bem com as regras do seu, parassimpático. Talvez seja possível, nesta era de evolução científica, fazer a conversão. Talvez a isso sejamos - inevitavelmente - obrigados.