quinta-feira, fevereiro 08, 2007

"Blessed are the forgetfull, for they get the better even of their blunders"

Friedrich Nietzsthe
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estive durante alguns minutos, sensivelmente cerca de muitos, a lutar contra esta insaciável vontade de vir aqui escrever, mas como se pode constatar perdi claramente essa batalha.
o ser humano é tão ou mais fraco do que imagina, tanto que é força aquilo que vê, mas constantemente fraqueza o que o domina.
os sentidos atraiçoam nos e gera se uma incompatível vontade interior de atribuir um significado especial ao que se sente, mas que não se processa devidamente no escritório do coração e cabeça. estamos tão desprendidos do sentido, que este se aplica quase desmensuradamente, já ninguém usa as palavras somente quando elas são necessárias e propositadas, somos incoerentes, tão desprendidos do sentido, e tão apegados a este no domínio material, no domínio hipócrita da crítica ao alheio, sem (qualquer selecção ou) critério, a não ser só porque não foi feito por nós. sim porque a merda quando é feita só cheira mal a quem não a fez. quem a um dado ponto está associado à crítica no alheio, de tudo o que inconsciente e fútilmente condena, ou pensa que condena, é apanhado nas redes que lança mais tarde ou mais cedo.e quando tudo o que condena e as acções que critica no outros se tornam as suas, encontra sempre um mecanismo, de fazer os erros por mais intratáveis, desprezíveis e indesculpáveis que sejam, valerem a pena, através de infinitas e diversificadas manobras mentais, atribuindo um significado especial, místico e quase mágico, para desculpar o que não tem desculpa, como se isso tornasse esse alguém diferente e até mesmo superior a tudo o resto. Qual forma suja de limpar o cadastro, fazendo com que tudo o que se abomina, critica e quase causa repúdio em outrém, nessa pessoa seja simplemente algo que aconteçeu por um dado motivo, ou por uma circunstância que no sujeito objecto se torna uma conjectura, um mecanismo mental, para não se sentir igual ou pior ao alvo de todas as suas críticas de repúdio, do género: fiz igual ou pior do que as acções e os alvos que critico, mas quando o fiz pelo menos tinha as unhas dois milímetros mais pequenas, logo tenho desculpa, acções iguais sim, mas imcomparáveis de fundo ideológico e motivacional. a memória humana é curta, mas não a das minha palavras.
às vezes envergonho me de pertencer a esta estirpe a que todos orgulhosamente chamam de humana.