quinta-feira, maio 29, 2008

Atrás do Balcão da Farmácia: 3 Ps + 1

Paroxismo, Provação, Preserverança: são palavras exageradas para situação, mas as que ocorrem à mente. É o que ocorre quando as pernas gritam abafadas, suas dores de um dia em pé, onde sobre elas são gizados raciocínios complexos, esforços de diplomacia, de civilidade, de educação. Onde sobre elas, sobre o esforço físico, é erigido o esforço psicológico. Esforço - eis outra maneira de hiperbolizar. Ah, soubéssemos nós o que é o esforço. E soubéssemos nós o que são dificuldades. E soubéssemos nós o quão a vida é difícil.

Há as velhas irritantes, demasiado à vontade com elas mesmas, e que portanto não vêm qualquer problema em consumir o nosso precioso e intenso tempo de vida, ou tossir para cima de nós, ou reclamar egoisticamente algo mais. São as "Jaba The Hut" com que há que lidar. Há as pessoas que desconfiam, "borderline" confissão, da inexperiência que "cheiram". E há as que, raras, não resistem a mandar as duas pedras que têm em cada mão. Felizmente, as poucas que se afoitaram escolheram o novato errado. Valem, por isso, as pessoas de coração, de doçura e cortesia, de paciência. As que percebem que a mais básica premissa na nossa mente é mesmo a sua Saúde, o seu dinheiro, que tudo seja realmente feito "como deve ser".

Mas, além dos 3 Ps que, acima, compõem o tripé de uma hipérbole, há ainda um novo. Houve um P que, ontem, iluminou o meu dia, de novato em farmácia suburbana, como eu nunca julgara possível. O nome que a senhora desejava na factura tinha os três primeiros banais. Mas depois havia o apelido, e a senhora, preparada que estava para o ter mal-entendido, repetiu-o, soletrou-o. E eu, de cada vez, não podia acreditar. "Pratt: pê, erre, à, tê, tê". Não podia ser... Não podia ser, aquele apelido, ali, tão fora do contexto de onde eu o conhecia. Como podia haver algo remotamente relacionado com Hugo Pratt naquela farmácia, plantada num caótico subúrbio lusitano? Não podia ser. E eu não podia resistir. "É da nossa família. Somos descendentes". O quê??? Família do Hugo Pratt, o criador de Corto Maltese e um dos nomes primeiríssimos de toda a BD mundial??? E lá me confessei, lá perguntei algo mais, lá continuei a impressão da factura e o processo do troco, parvo no meu deslumbre.



Das duas uma: ou me pregaram a mais refinada e malévola peta (mas não é que as feições da senhora até têm algo de parecido?), ou houve ali um raio de Sol, desse a que só os que gostam de cultura, e admiram a inteligência conseguem sentir na pele, a irromper sobre a rotina, o amadorismo, o "casting" para uma profissão, o tactear pela natureza humana ao balcão. Eu vou acreditar na primeira e repetir: extraordinário. Simplesmente fabuloso.



O Trigo e o Joio

Eles falavam do "O.C.", e acho que devo ter gostado moderadamente da primeira época. Como fiz para esse mito que, para mim, é o "House". Também falavam dele, aliás. E do "Lost". E do "24". Se me permitem: blaargh... Nem pensar, meus caros. "Sopranos"? Reconheço que tinha qualidade, como reconheço um tema que não me interessa, um excesso de violência gráfica e verbal - nunca fui fã. "Donas de Casa Desesperadas"? Não brinquemos... "Grey's Anatomy"? Simplesmente enjoativo. "Prison Break": talvez mais 'give me a break'. "CSI"? Nem me meti nisso. "Dexter"? Não vi, mas o conceito está muito, muito longe do meu estilo.

De todas estas séries se tem falado nos últimos anos, e todas achei, contra a corrente, medíocres. Alguém há-de me perdoar este pedantismo. Agora... há provas de que não é o meu gosto refinado em excesso.



Californication. Simplesmente genial - já tem uma prateleira à sua espera. Ele há qualidade que emerge, de tempos a tempos, pela rotina. Por mais popular que seja a rotina. Mas, lá está, eu detesto a rotina. Como, não por mera coincidência, o detesta Hank Moody.

Se mais não valesse, é o regresso do grande David Duchovny. Como dizia um anúncio à série: "de X a XXX-Files".

domingo, maio 25, 2008

De Corpo e Alma








Acho mal os treinos de Portugal estarem cheios de jornalismos da treta e barraquinhas de aldeia e não terem estas coisas. Quer dizer, há lá melhor maneira de concentrar os jogadores que mandar uma miúda em biquini pelo treino? Eu digo que não. É certo que tenho assistido a poucos treinos, mas se houvesse miúdas de biquini assim certamente teria assistido a mais. Só mesmo o Gattuso para ficar impávido e sereno perante a coisa.

Desde logo, acho que os italianos têm aqui uma vantagem injusta sobre nós. Caramba, nós devemos ter jornalistas portuguesas que podiam fazer isto pelos nossos jogadores. Depois queixem-se do rendimento. Ninguém duvida que existe talento, mas falha sempre a concretização...

Fim-De-Semana

E pronto: mais um belo fim-de-semana. Mal posso esperar pelo próximo.