sábado, maio 19, 2007

la bell'époque (2)


O companheirismo.

la bell'époque



O fascínio, o apelo e inolvidável esplendor, a beleza de um tempo que não é o nosso, que nos transcende e almeja ao eterno, pela sua genuinidade, transparente nas fotografias.


Um tempo característico, marcado, com traços de modéstia e moderação, mas coincidentemente pela, hoje "old fashion" generosidade, a emancipação ingénua e discreta, a boa rebeldia, o fasear dos degraus, sem pressas, precipitações. O prazer nas coisas simples, o prazer de viver.


Um tempo, pessoalmente muito belo, e que não se encontra tão distante, tão perdido quanto às vezes julgamos.

post scriptum

Entre os demais assuntos que me tomam o tempo, destaque para a dedicação a uma missão quase devota, em trazer de volta ao esplendor de outros tempos a beleza alemã de nome Heinkel 103 A1.





Já por algumas vezes passei a fronteira da paciência, mas a esperança, num futuro, como o abaixo ilustrado, essa mantém se.

sexta-feira, maio 18, 2007

A MAGIA



o Mito e o aprendiz. Foi preciso esperar 20 anos para a magia se repetir. A beleza e a arte do país das Pampas. Para ver e rever, ao pormenor.

quarta-feira, maio 16, 2007

Estrelas de Futuro 2

Este menino não engana. Mais um nome de futuro Giovanni dos Santos.



segunda-feira, maio 14, 2007

Estrelas de Futuro

Retenham este nome BOJAN KRKIC. Dentro de não muito tempo vai ser uma das estrelas do futebol mundial... Descontando alguma imodéstia... não me costumo enganar!

domingo, maio 13, 2007

O Paradoxo do Engate

Tenho vindo a concluir, por análise dos casais que conheço, que geralmente numa relaçao existe sempre domínio de um elemento. É certo que é difícil dsitinguir em alguns casos, sobretudo quando o Amor é juvenil, mas, face a pressao, há sempre um dos membros que se assume líder. Eu diria, pois, que a maior parte dos casais têm um "conquistador" e um "conquistável". Nao há correspondência directa com "homem" e " mulher". Se alguma vez o houve, já lá vai o tempo.

Ser "conquistador" ou "conquistável", deverá corresponder a traços de carácter distintos, nao sei especificar ao certo quais. Mas nao será talvez assim tao difícil distinguir o membro mais activo do mais passivo. A complementaridade resulta numa boa equipa. Mas, é claro que nem todas as histórias acabam nesse final - e para as excepçoes eu diria que nao há sexo como entre "conquistadores", nem Amor como entre "conquistáveis".

Tem mais a ver com este último caso - o de Amor, e de aproximaçao tácita entre duas pessoas "conquistáveis", que pensei no paradoxo do engate. Gostaria de usar a palavra "engate" desprovida de uma certa carga negativa (tipicamente "conquistadora"), mas nao me lembro de outra palavra igualmente exacta. O engate é aquilo, o acto, a formaçao de pares, nada mais simples. E nada mais complicado.

Um dia estava num café de Lisboa, o Galeto, sentado na esplanada. Além da minha mesa estavam sentadas 2 raparigas, creio que uma loira, outra morena. Exemplarmente bem vestidas, com uma ligeireza, frescura e elegância que combinavam maravilhosamente com o sol desse dia. E eu, claro, perdido na pintura, imaginando como seria bom ser assim o mundo. Entretanto, vieram sentar-se na mesa ao lado 2 rapazes, bebendo qualquer coisa fresca, porque também estava quente aquela tarde. Nem sequer borraram um pouco a pintura. Também eles estavam elegantes, calças beige, camisas simples, sapatos de vela. Enfim, o que se convencionava chamar de BCBG (bon chic, bon genre). A cena parecia quase recortada de um café florentino.

A certa altura, inevitável, os rapazes reparam nas raparigas vizinhas. Olham para elas um segundo, elas para eles. Pequenos movimentos (dedos que se movem, comichoes nos pescoços, olhares fixos no lado contrário), de parte a parte, denunciam a mesma vontade de... deixar o destino acabar a obra. Faltava ali uma voz, um link, uma ponte. Todos os espectadores do filme o pediam, certamente.

Eis senao quando, de repente... tudo fica exactamente na mesma. Eles a olhar o horizonte, elas também. Nada feito. Fui-me embora algum tempo depois, e nao me pareceu que algo fosse mudar.

Há aqui 3 críticas que um analista honesto deve fazer:

1. É pena que na nossa sociedade seja já heterodoxo dirigir a palavra a uma rapariga (ou rapaz) para conhecimento mútuo sem ser sob o ruído ensurdecedor de uma discoteca (suponho que o discurso fique facilitado nesse 'setting' - o importante é gritar para atingir o mínimo de ser ouvido)

2. O senso-comum diria que competiria, apesar de tudo, aos rapazes, o primeiro passo. Será?

3. Estamos em Portugal - dizem que aqui as pessoas sao muito mais serenas nessas abordagens.

Considerados estes 3 factores, persiste ainda um problema. Vejamos o caso da perspectiva dos rapazes, por ser mais tradicional, e, já agora, por me facilitar a mim a explicaçao. Perante uma rapariga que lhe interesse, se partirmos de um rapaz com uma certa sensibilidade e educaçao ("conquistável", portanto), este tem 2 hipóteses:

1. Abordar a rapariga, directamente, reclamando um golpe de asa que nem sabia possuir;

2. Nao abordar a rapariga. Ter fé no futuro.

Para uma rapariga sensível, "amável", essa abordagem vai inevitavelmente estragar qualquer boa primeira impressao. Mais nao seja porque o rapaz faz algo em contra do seu temperamento. Essa transcendência ser-lhe-á fatal na produçao de uma linha adequada. Será demasiado agressivo ou demasiado tímido. Definitivamente, falta-lhe experiência. E depois há as amigas ao lado atentas, as outras pessoas, enfim, um sem número de variáveis a prejudicá-lo.

A verdade é que, dos rapazes que abordam com naturalidade, estas raparigas nao gostam. Destes até gostariam, mas ficam com a impressao contrária. Só conhecerao pelo acaso de uma casamenteira, amigo comum, curso comum, etc.

Eis, pois, como as duas hipóteses que se apresentam ao rapaz resultam num falhanço total. É este o paradoxo do engate - ser fiel à sua natureza ou contrariá-la resulta exactamente no mesmo. Enganar-me-ei nos casos em que uma destas abordagens "out of the blue", com este tipo de pessoas, resulta. Mas arrisco dizer que a estatística é muito desfavorável.

É assim difícil o relacionamente no Paraíso... Mas dizem que vale a pena.

Do Palavrao

Uma das coisas a que alguém que gosta de palavras é mais sensível é o palavrao. Mais nao fosse, é uma forma preguiçosa de falar - nao requer qualquer esforço de expressao. Por vezes até passa por apanágio dos "puros", que nao estao com meias-tintas. Nao é a minha opiniao.

Mas enfim, o palavrao existe e de alguma forma é bom que exista. Suponho que existe alguma área do nosso cérebro que sabe o palavrao interdito na sociedade; vai entao buscar essa interdiçao para a quebrar em situaçoes-limite - por exemplo, em situaçoes de dor. O prazer dessa quebra de interdiçao social (assim é o ser humano...), de alguma forma compensa a agressao que o organismo sofre. É tudo uma questao de débito e de crédito.

Escandaloso é, para mim, o uso gratuito do palavrao, porque se tornou hábito, mera indulgência. É que a auto-indulgência, diziam os antigos, nunca é bom caminho. Devemo-nos perdoar a nós mesmos - mas nao demais.

Da Eloquência

Para mim, a prova máxima de eloquência seria alguém que conseguir mandar outro a um sítio "onde o sol nao brilha", de tal forma que o outro ainda lhe agradece.