(Este post pretende secundar o post "Do Pudor", embora eu ache que há uma ligeira diferença entre vergonha e pudor: o pudor é mais bem algo que nos limita na actividade, na interacçao com os outros; a vergonha estará mais próxima da culpa interior - é um sentimento mais íntimo e primordial, também mais passivo e introspectivo. O pudor é apenas uma vergonha socialmente exigível, nao tem que ser sincero - a vergonha surge, inescapável, quando respondemos a nós mesmos, à nossa consciência).
Faz parte de crescer, faz parte de podermos defendermo-nos a nós mesmos o perder a vergonha que nos tolhe. Por tanto que nos custe (e custa tanto, tanto), é necessário. Talvez o problema seja que, perdendo alguma da nossa vergonha, perdemos também alguma ingenuidade, inocência, atributo especial, quem sabe um talento que nunca chegamos a desenvolver - com que nunca nos comprometemos verdadeiramente. Um dia mais tarde dizemos "eu até tinha jeito para aquilo, mas acabei por nao me dedicar". Que pena. O problema é que se alguns nao escolherem dedicarem-se, como sociedade nao passamos da cepa torta.
Ser adulto é uma opçao - nem todos a fazem, e todas as escolhas sao possíveis em sociedade. É preciso muito cuidado ao deixar aquela criança... Vemo-nos obrigados (e começamos a querer) fazer coisas que ela talvez nao aprovaria. Mas tem de ser, um dia. Tem de ser. Nao podemos mais brincar como crianças no mundo dos homens. Demasiados perigos lá fora para inocentes contemplativos. É que, por mais geniais que possam ser, poucos os reconhecem - e ainda menos os protegem.
Faz parte de crescer, faz parte de podermos defendermo-nos a nós mesmos o perder a vergonha que nos tolhe. Por tanto que nos custe (e custa tanto, tanto), é necessário. Talvez o problema seja que, perdendo alguma da nossa vergonha, perdemos também alguma ingenuidade, inocência, atributo especial, quem sabe um talento que nunca chegamos a desenvolver - com que nunca nos comprometemos verdadeiramente. Um dia mais tarde dizemos "eu até tinha jeito para aquilo, mas acabei por nao me dedicar". Que pena. O problema é que se alguns nao escolherem dedicarem-se, como sociedade nao passamos da cepa torta.
Ser adulto é uma opçao - nem todos a fazem, e todas as escolhas sao possíveis em sociedade. É preciso muito cuidado ao deixar aquela criança... Vemo-nos obrigados (e começamos a querer) fazer coisas que ela talvez nao aprovaria. Mas tem de ser, um dia. Tem de ser. Nao podemos mais brincar como crianças no mundo dos homens. Demasiados perigos lá fora para inocentes contemplativos. É que, por mais geniais que possam ser, poucos os reconhecem - e ainda menos os protegem.