Chuva, tempo cinzento, carregado. Calor latente, tempo húmido. Disseste tropical? Sim, quase. Há mais atenção, mais cismas, mais pensamentos e dúvidas. A mente carregada pelo céu carregado. Mas não é preciso. Amanhã há sol. Há que saber somente como relaxar.
sábado, abril 19, 2008
quinta-feira, abril 17, 2008
Ministra
Berlusconi acaba de nomear como ministra da familia do seu governo Mara Carfagna, ex miss Itália e sobre a qual incidiu um comentário do magnata acerca de um ano que levou a sua mulher à ira e a exigir um pedido de desculpas público. Dizia na altura Berlusconi " Com Mara iria até ao fim do mundo".
Hoje vai dormir no sofá.
Mas quem não queria ir até ao fim do mundo...com Mara?
Hoje vai dormir no sofá.
Mas quem não queria ir até ao fim do mundo...com Mara?
quarta-feira, abril 16, 2008
Da Mentira, Da Privacidade, Da Honestidade
A mentira é um pouco como o dinheiro. Sem alguma, por mais que a critiquemos, não há quem viva. Seja só por cortesia para com o próximo. Seja, no limite, para esconder os nossos desejos mais profundos. Em todo o caso, mentir é uma imposição da sociedade. E quanto a isso não há muito a fazer (com a possível excepção de ser cientista, ou um aristocrata intelectual, mas são tempos maus para isso).
A privacidade surge, no contexto da sociabilidade, como o domínio, as extensões da nossa pessoa sobre o que outrém não tem direito a saber. Não tem direito a saber sobre a nossa intimidade, sobre a nossa riqueza, sobre os nossos sentimentos profundos. E não tem porque no-lo perguntar. Nem nós a ele. Esse é o verdadeiro contrato social.
E porquê esta restição de parte a parte? Simplesmente, para não termos que mentir sobre esses temas. Para podermos manter uma relação honesta com os demais, há certas barreiras que não podem ser ultrapassadas - ou ver-nos-íamos obrigados a mentir, a comprometer toda essa relação honesta, a perder a legitimidade para exigir que os outros sejam honestos connosco.
Sem mentira não há sociedade. Mas sem privacidade não há honestidade.
A privacidade surge, no contexto da sociabilidade, como o domínio, as extensões da nossa pessoa sobre o que outrém não tem direito a saber. Não tem direito a saber sobre a nossa intimidade, sobre a nossa riqueza, sobre os nossos sentimentos profundos. E não tem porque no-lo perguntar. Nem nós a ele. Esse é o verdadeiro contrato social.
E porquê esta restição de parte a parte? Simplesmente, para não termos que mentir sobre esses temas. Para podermos manter uma relação honesta com os demais, há certas barreiras que não podem ser ultrapassadas - ou ver-nos-íamos obrigados a mentir, a comprometer toda essa relação honesta, a perder a legitimidade para exigir que os outros sejam honestos connosco.
Sem mentira não há sociedade. Mas sem privacidade não há honestidade.
Sol Na Eira e Chuva No Nabal
Explicava hoje a duas amigas, como que traindo a minha equipa (talvez esteja profundamente desiludido com essa equipa), os segredos dos "homens". Coisas simples, de facto. Vejam lá se não há uma, mesmo se minúscula, concordância vossa face a esta descrição.
Os homens andam todos - todos - invariavelmente à procura de uma coisa somente: sol na eira e chuva no nabal. A espaços ouvem do falhanço de mais um em conseguí-lo. "Ridículo". "Ele devia saber que aquilo não era possível". E riem-se entre eles da desfaçatez do outro. "Sol na eira, ainda vá que não vá. Para que é que ele também foi querer chuva no nabal, senhores?". E os outros vão buscar de novo a imperial em frente para dizer: "É verdade". "Que estupidez". Abanam a cabeça. "Ai, ai..." Um deles exala um suspiro para não denunciar aquilo em que realmente pensa. Aquilo em que todos eles, ali, àquela mesa, pensam, malgrado o que dizem. Pensam simplesmente em conseguir para si mesmos, justamente, sol na eira e chuva no nabal.
O outro foi tolo de facto - mas pela maneira como calculou mal a coisa. "Que otário...". E fica como lição. Pensam nela a cada gole de cerveja enquanto revêm o seu próprio plano. Verificam se é preciso corrigir algo na própria rota ("cada um sabe de si..."). "Realmente... podia estar tão bem, foi logo querer tudo", diz outro, enquanto pensa em tudo para si. Enquanto antevê o seu sol na eira, a sua chuva no nabal.
E de que serve isso ao fim da vida, feitas as contas? De pouco, valha a verdade. "Traí-la e ela nunca descobriu", "Roubei e eles nunca descobriram", "Safei-me e ninguém suspeitou". E com quem se partilha isso? E o que é que se contrói com isso? E que raio de uso do tempo de vida na Terra é esse?
"É verdade - eu consegui sol na eira e chuva no nabal. Eu! Sozinho", dizem para si mesmos, e a si mesmos dão valor. São eles o oásis no deserto. Sem perceber que não são, realmente, oásis no meio do deserto - são só deserto em torno de um oásis.
Os homens andam todos - todos - invariavelmente à procura de uma coisa somente: sol na eira e chuva no nabal. A espaços ouvem do falhanço de mais um em conseguí-lo. "Ridículo". "Ele devia saber que aquilo não era possível". E riem-se entre eles da desfaçatez do outro. "Sol na eira, ainda vá que não vá. Para que é que ele também foi querer chuva no nabal, senhores?". E os outros vão buscar de novo a imperial em frente para dizer: "É verdade". "Que estupidez". Abanam a cabeça. "Ai, ai..." Um deles exala um suspiro para não denunciar aquilo em que realmente pensa. Aquilo em que todos eles, ali, àquela mesa, pensam, malgrado o que dizem. Pensam simplesmente em conseguir para si mesmos, justamente, sol na eira e chuva no nabal.
O outro foi tolo de facto - mas pela maneira como calculou mal a coisa. "Que otário...". E fica como lição. Pensam nela a cada gole de cerveja enquanto revêm o seu próprio plano. Verificam se é preciso corrigir algo na própria rota ("cada um sabe de si..."). "Realmente... podia estar tão bem, foi logo querer tudo", diz outro, enquanto pensa em tudo para si. Enquanto antevê o seu sol na eira, a sua chuva no nabal.
E de que serve isso ao fim da vida, feitas as contas? De pouco, valha a verdade. "Traí-la e ela nunca descobriu", "Roubei e eles nunca descobriram", "Safei-me e ninguém suspeitou". E com quem se partilha isso? E o que é que se contrói com isso? E que raio de uso do tempo de vida na Terra é esse?
"É verdade - eu consegui sol na eira e chuva no nabal. Eu! Sozinho", dizem para si mesmos, e a si mesmos dão valor. São eles o oásis no deserto. Sem perceber que não são, realmente, oásis no meio do deserto - são só deserto em torno de um oásis.
Vedeta
Quem quiser saber porque o Benfica falhou esta época.
Quem quiser saber o que é o sistema.
Tem que ler este blogue: vedetadabola.blogspot.com.
Imprescindivel. Nomeadamente artigos de Agosto de 2007, onde já se pré-anunciava o desastre (óbvio) que viria a ser esta época do glorioso e um artigo intitulado de A a Z, onde se prova por A+B o que foi o sistema no futebol português nos últimos 20 anos.
Quem quiser saber o que é o sistema.
Tem que ler este blogue: vedetadabola.blogspot.com.
Imprescindivel. Nomeadamente artigos de Agosto de 2007, onde já se pré-anunciava o desastre (óbvio) que viria a ser esta época do glorioso e um artigo intitulado de A a Z, onde se prova por A+B o que foi o sistema no futebol português nos últimos 20 anos.
segunda-feira, abril 14, 2008
A Pelido
Olha o Ferreira Fernandes... Muito bem, a importar italianicismos. Depois sou eu o italinófilo. Ora vejam esta frase (texto aqui).
"A Câncio é repórter, já trabalhou em televisão (na SIC) e as questões sociais são a sua área de especialização."
Pois é - "a Câncio", tal como os italianos dizem "La Loren", "La Brambilla", "La Chiabotto". Bonito, sim senhor. Grande Fernandes. Não é um personagem feminino que eu admire particularmente, sou honesto. Mas se tem alguma dessa raiva de personalidade com que se coroa de apelido, isso talvez.
"A Câncio é repórter, já trabalhou em televisão (na SIC) e as questões sociais são a sua área de especialização."
Pois é - "a Câncio", tal como os italianos dizem "La Loren", "La Brambilla", "La Chiabotto". Bonito, sim senhor. Grande Fernandes. Não é um personagem feminino que eu admire particularmente, sou honesto. Mas se tem alguma dessa raiva de personalidade com que se coroa de apelido, isso talvez.
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