sexta-feira, novembro 02, 2007
Rio das Flores - MST
Tenho-te sempre acompanhado, Miguel.
Recordo com nostalgia aquelas tardes de sexta-feira em que esperava ansiosamente o momento de chegar a casa e de abrir o Publico, só para te lêr. Artigos em que escrevias o que eu pensava, parecia quase telepatia... Sem esforço, as tuas opiniões eram as minhas.
Mas o tempo foi passando, e com livros por escrever, casamentos por estrear e caçadas por fazer, foste baixando o nível. O país mudou, as políticas mudaram, e os teus artigos também. Menos substância, ideias que já não eram as minhas. Desencantei-me. Então surgiu o teu primeiro romance, Equador, adorei.
Agora que publicarias o segundo, a minha expectativa cresceu. Foi crescendo, com a publicidade que se fazia e com as mensagens enviesadas de quem sabe que subiu alto com o primeiro e teme falhar no segundo.Disseste que este livro iria ser o teu enterro ou a tua consagração. Por mim, estás consagrado.
Divorciei-me de ti nos artigos, reecontrei-me contigo nos romances.