A ler, em absoluto, este brilhante artigo de Pacheco Pereira. Fundamental para todas as pessoas da minha geração. Eu constato, in loco, exactamente o que ele escreve.
"Este caminho é cada vez mais trilhado, está-se a tornar normal este assalto à intimidade e à privacidade. (...) E o pior ainda está para vir, porque, no plano mais vasto da educação cívica, estamos a gerar uma juventude que cada vez menos preza a privacidade e a intimidade. Os milhares de jovens que se expõem na Rede, nos blogues, nos sítios "sociais", que usam o telemóvel como instrumento de controlo, que aceitam com absoluta normalidade que este tenha uma câmara de vídeo, ou um localizador de GPS que permita a outrem saber sempre onde se está, crescem sem prezar o seu espaço íntimo e privado."
Há, na minha geração, uma espécie de bandalheira generalizada em grande parte do que diz respeito à intimidade. Faz parte da juventude, poder-se-á dizer. Mas é preciso um cuidado extremo. Nem todos os jovens são "jovens" - aliás, são talvez cada vez menos, nessa definição idílica.
Mas voltando à intimidade, note-se a referência aos blogues. Eu, já escrevi antes no Generosità, sempre parti de um princípio: por mais que eu tente conter o blog a um círculo de amigos, pela dinâmica das redes, ele acabará sempre por ser lido por quem não me interessa. Daí as 3 regras de ouro:
Partamos da premissa: a privacidade é um bem absoluto. Faz parte de um princípio de dignidade do ser humano que eu não admito seja posto em causa. Sobretudo por esses falsos "nacionais-porreiros", esses "tens-que-ser-cá-dá-malta", com discurso delico-doce e aparentemente inocente, sempre a pensar em mais que uma coisa ao mesmo tempo, sempre a pensar no mesmo. Ah, essa aparente serenidade, esse som da flauta a entreter a serpente... Como se eu não conhecesse isso de cor... Depois chamem-me bruto e mal-educado, que eu vivo muito mal com isso.
Há, na minha geração, uma espécie de bandalheira generalizada em grande parte do que diz respeito à intimidade. Faz parte da juventude, poder-se-á dizer. Mas é preciso um cuidado extremo. Nem todos os jovens são "jovens" - aliás, são talvez cada vez menos, nessa definição idílica.
Mas voltando à intimidade, note-se a referência aos blogues. Eu, já escrevi antes no Generosità, sempre parti de um princípio: por mais que eu tente conter o blog a um círculo de amigos, pela dinâmica das redes, ele acabará sempre por ser lido por quem não me interessa. Daí as 3 regras de ouro:
- Por mais intimista que possam parecer os meus posts, nada neles revelo que seja comprometedor, nem se publicarão fotos dos seus autores
- Não comento os meus posts com quem quer que seja. Eles vêm assinados Pedro Duarte desde o dia 1, e há uma razão para que assim seja. Os meus amigos que perdoem, com eles falarei sim - ainda com a reserva de direito ao silêncio
- O blog não terá caixas de comentários, que possam ser usadas por quem insinue algo, por quem relacione com algum aspecto da nossa personalidade um post, por quem acuse sob a capa do anonimato. E, acreditem, tenho pena dos interessantes comentários de amigos que nunca chegarei a ler (e que estariam em clara maioria em relação aos anteriores, sei-o bem)
Partamos da premissa: a privacidade é um bem absoluto. Faz parte de um princípio de dignidade do ser humano que eu não admito seja posto em causa. Sobretudo por esses falsos "nacionais-porreiros", esses "tens-que-ser-cá-dá-malta", com discurso delico-doce e aparentemente inocente, sempre a pensar em mais que uma coisa ao mesmo tempo, sempre a pensar no mesmo. Ah, essa aparente serenidade, esse som da flauta a entreter a serpente... Como se eu não conhecesse isso de cor... Depois chamem-me bruto e mal-educado, que eu vivo muito mal com isso.