Para demonstrar a minha solidariedade - homónima - para com Pedro Passos Coelho, é à volta com fitas para amigos, vou publicar aqui no Generosità uma explicação para esses excêntricos portugueses que são os Pedros.
Um dia, estava Deus a criar o mundo. Como já tinha criado o sol, estava um belo dia.
Depois do seu café matinal, decidiu ver como iam os trabalhos. Passando pelo atelier, perguntou: “- Oiçam lá, quem é que está encarregue do departamento dos humanos?”. Responderam-lhe prontamente: “- É o eng. Adão”.
Chegado ao seu escritório, disse-lhe Deus: “- Ó eng. Adão, importa-se que eu o interrompa só para perguntar uma coisa?”.
O eng. Adão não se importou.
“- É o seguinte: andei ali a ver os planos para os humanos e gostei. Como é que isso está a andar?.”
“- Está bem, bastante bem. É um sistema nervoso um bocado complexo, mas estamos quase lá”.
“- Óptimo. Eu também acho que vocês têm feito um excelente trabalho. E para o recompensar vou deixá-lo dar o seu nome ao primeiro deles que criar”.
“- Muito obrigado”, disse o eng. Adão, entusiasmado.
“- Só gostava de discutir consigo aqui uns pormenores. É o seguinte: eu acho que está tudo muito bem estruturado, mas eu preferia que houvesse um certo elemento de variação”.
“- Estou a ver”.
“- Quer dizer, você podia juntar às personalidades que tem aí um tipo de pessoa assim especial. Estava a pensar num perfil teimoso, rezingão, com a mania que sabe tudo. Uns indivíduos inflexíveis, mesmo na parvoíce. Teimosos como pedras. Já inventámos as pedras?”
“- Já sim, isso está feito”.
“- Então é isso – inclua-me aí uns tipos teimosos como a pedra".
“- Certo. Até lhes podia chamar Pedro”.
“- Excelente ideia”, disse Deus. “- Vai ver que as coisas com eles vão ser muito mais interessantes”.
Foi assim que surgiram os Pedros. E, por alguma razão, eu vou teimar nesta história.