Não encontro mais fácil alívio de quaisquer problemas da vida que a doce contemplação do nosso castiço. Sim, o castiço português – não tanto o “tuga”. O “tuga” é mais urbano onde o “castiço” é mais campesino. Sem sequer o saber definir mais que por uma frase que fica no ouvido, uma face engraçada, uma situação caricata, acho-o extraordinariamente redentor. Traz em mim, galopante, a gargalhada de infância que se pretende recalcada. O “castiço”, no fundo, é tudo aquilo que só poderia – definitivamente – ser português. É inocente, familiar, engraçado – nosso.
Tanto nos esquecemos do "castiço" nestes nossos tempos ditados pela Imagem, pelos factóides internacionais traduzidos, por ansiedades prenhas de nadas. Talvez não fosse mau lembrarmo-nos dele uma vez ou outra. Faz parte da nossa alma, por muito que não gostemos de o admitir, - e nunca se pode viver muito tempo sem alma.
Tanto nos esquecemos do "castiço" nestes nossos tempos ditados pela Imagem, pelos factóides internacionais traduzidos, por ansiedades prenhas de nadas. Talvez não fosse mau lembrarmo-nos dele uma vez ou outra. Faz parte da nossa alma, por muito que não gostemos de o admitir, - e nunca se pode viver muito tempo sem alma.