Continuo a gostar de livros, e noto-me perfeitamente a embrutecer por não ler o mínimo. Culpa, desde logo, dos facínoras do grafismo do Público (não - ainda não desisti). Bastardos.
Mas, desde logo, gostar de livros é uma condição importante para se gostar de mulheres. Bilhar grande? Não - sigam este raciocínio.
Ora, se só pode amar a leitura quem sente prazer intelectual, temos que considerar inteligentes as pessoas dotadas dessa capacidade. Todos até aqui? Ok. Continua: se são pessoas inteligentes as que lêem livros, a sua curiosidade quanto ao sexo oposto (e só vou considerar aqueles que, lendo livros, preferem o sexo oposto), logicamente, recai também em pessoas inteligentes. É que a inteligência, e o prazer intelectual têm um problema simples: a impaciência - para com a estupidez.
Inteligência busca inteligência. E, pergunto eu, que homem que se diga gostar verdadeiramente de mulheres não as diz inteligentes? Não, estão enganados. Esses não gostam de mulheres - gostam de corpos, do prazer sensual - necessariamente transitório. Esses têm um desassossego sexual constante, não chegam quase a saborear. Homem que ama mulheres - como pessoas - ama mulheres inteligentes. O que é difícil, claro. É muito mais fácil a estupidez. Mas isso não é amar mulheres - é amor-próprio.
Estão muito melhor servidas de homens as mulheres cujos companheiros têm prazer de inteligência - e que a estimulam. E é por isso que eu, para além do puro amor ao livro, não posso deixar de ler - na esperança que elas se apercebam desse facto.