quinta-feira, novembro 08, 2007

A Friabilidade do Amor


"- Mas, querido, pensa bem…

- Não… Não há controle de qualidade possível. Fomos um fluxograma de produção, chegámos ao momento final.
- Mas não… Deve haver uma outra forma farmacêutica de resolver as coisas.
- Receio bem que não. Não teria estabilidade. Nem uniformidade de amor. Não fomos feitos para estar juntos – tu és hidrófoba, eu hidrófilo.

- Talvez uma emulsão…

- Não, não te emulsiones. Eu sei que é duro. Mas se tu prensares bem, verás que é o método mais correcto.

- Prometes que levigarás?

- Não sei. Senti-me muitas vezes um manipulado ao longo dos últimos dias. Por mais que o ocultemos da luz, o belo princípio activo que tivemos será degradado.

- Não vás…
- Desculpa, miúda. Sabes que fazíamos um grande efeito terapêutico juntos. Mas os outros exciupientes não ajudavam."

(Folias de farmacêutico... Eu culpo o tempo.)