Chego à conclusao de que a juventude é a Idade do Meio. Nao só porque, de facto, está entre a infância e a idade adulta, mas também porque, truque de semântica, se concentra no "meio", no processo, mais do que no fim.
O jovem deslumbra-se com o carro e a sua mecânica, nao o trata somente como um meio de transporte. Explora os matizes da conduçao, nao lhe interessa sequer o destino. Pensa na mulher totalmente, em todas as suas dimensoes de pessoa, nao somente a sexual, a de cônjugue (acreditem, ainda sao a maioria - o "player", que banaliza a mulher, virá muito mais tarde). Depara-se com a língua como registo, com as suas intricâncias e tendências, mais do que sente a força viva, a intençao do fundo do ser que está por detrás de cada palavra. Apaixona-se por uma profissao, por mero prazer, mais além da garantia de sobrevivência que ela lhe oferece para o resto da vida. Gosta de futebol, da finta, da beleza indescritível de um pormenor do jogo que nada influi no seu desfecho.
Nenhum exemplo é tao fácil para exprimir essa filiaçao pelo "meio" como a paixao, o "bicho" do computador, da Internet, do livro ou do jornal. Esses sao meios de transmissao por excelência, e quem lhes permanece fiel guarde sempre algo da sua juventude.
É essa paixao do meio que estará também na base de toda a arte juvenil. Porque, como dizia Wilde, a Arte nao tem porque ter objectivo - basta-se a si mesma.
É esta a beleza absoluta da juventude - o deambular diletante. Por mim, tenho como regra desconfiar de jovens que nunca se perderam no "meio", que só pensaram (prematuramente) no fim. Mas, claro está, é só uma opiniao.
O jovem deslumbra-se com o carro e a sua mecânica, nao o trata somente como um meio de transporte. Explora os matizes da conduçao, nao lhe interessa sequer o destino. Pensa na mulher totalmente, em todas as suas dimensoes de pessoa, nao somente a sexual, a de cônjugue (acreditem, ainda sao a maioria - o "player", que banaliza a mulher, virá muito mais tarde). Depara-se com a língua como registo, com as suas intricâncias e tendências, mais do que sente a força viva, a intençao do fundo do ser que está por detrás de cada palavra. Apaixona-se por uma profissao, por mero prazer, mais além da garantia de sobrevivência que ela lhe oferece para o resto da vida. Gosta de futebol, da finta, da beleza indescritível de um pormenor do jogo que nada influi no seu desfecho.
Nenhum exemplo é tao fácil para exprimir essa filiaçao pelo "meio" como a paixao, o "bicho" do computador, da Internet, do livro ou do jornal. Esses sao meios de transmissao por excelência, e quem lhes permanece fiel guarde sempre algo da sua juventude.
É essa paixao do meio que estará também na base de toda a arte juvenil. Porque, como dizia Wilde, a Arte nao tem porque ter objectivo - basta-se a si mesma.
É esta a beleza absoluta da juventude - o deambular diletante. Por mim, tenho como regra desconfiar de jovens que nunca se perderam no "meio", que só pensaram (prematuramente) no fim. Mas, claro está, é só uma opiniao.