Começo por dizer que uso a expressao "conservadorismo liberal", mais que "conservadorismo", e diferente de "liberal". Por conservadorismo, grosso modo, entende-se a corrente política que é conservadora no plano moral, e conservadora no plano económico, o que, claro está, significa ser liberal em termos económicos (economia de mercado, livre comércio, etc.). Os liberais, no sentido da esquerda, sao sobretudo liberais em termos morais, mais até que económicos. Estas duas classificaçoes sao, aliás, americanas, conotadas com a direita e esquerda. Prefiro, contudo, o termo "conservadorismo liberal", para exprimir toda a corrente política conservadora, pelos vários países, em que, geralmente, os que estao a "jusante" na sociedade, professam esse modelo de sociedade livre como o que maior número de pessoas satisfaz.
Nao é que seja muito versado sobre todos os seus pressupostos, mas acho que consigo perceber, basicamente, a intersecçao entre moralidade, sociedade, economia e liberdade. No entanto, é um modelo que me levanta várias questoes.
A propósito da publicaçao do seu último livro, Alan Greenspan, um homem com que simpatizo, e a que devo, de certa forma, a estabilidade dos meus confortáveis anos 90), dava a sua opiniao sobre os (vários) presidentes com que trabalhara.
Sobre Ronald Reagan, considerado pelo povo americano um dos melhores presidentes de sempre, disse que relembrou uma frase que, dizia também, continha todo o seu genuíno conservadorismo. Dissera-lhe ele um dia algo como "a sociedade é um esforço que temos de construir para nao nos andarmos a matar uns aos outros". Mais conservadorismo linha dura, mais assumir-a-bruta-natureza-humana-como-ela-é nao existe.
No princípio dos anos 90, Fukuyama lançou o célebre "O Fim da História e o Último Homem". Aí defendia que a progressao da História da Humanidade como uma luta histórica entre ideologias chegara ao fim, depois da queda do muro de Berlim, e que a democracia liberal seria o destino último. A coisa pode nao ter acabdo por aí, ainda é cedo. Por exemplo, essa assumpçao terá sido feita na base dos EUA como única superpotência mundial, o que o futuro dirá se é para valer. Mas o certo é que os anos 80 de Reagan foram o gatilho de uma revoluçao mundial, de triunfo do capitalismo liberal, que parece imparável.
Face à decadência da Europa (é mais real que o que podemos pensar) surge a questao: é o capitalismo liberal a única soluçao para uma sociedade justa e feliz? Entao Reagan teria razao naquele ponto de vista de pessimismo antropológico?
Essa é uma questao que importa, realmente, perceber.
Nao é que seja muito versado sobre todos os seus pressupostos, mas acho que consigo perceber, basicamente, a intersecçao entre moralidade, sociedade, economia e liberdade. No entanto, é um modelo que me levanta várias questoes.
A propósito da publicaçao do seu último livro, Alan Greenspan, um homem com que simpatizo, e a que devo, de certa forma, a estabilidade dos meus confortáveis anos 90), dava a sua opiniao sobre os (vários) presidentes com que trabalhara.
Sobre Ronald Reagan, considerado pelo povo americano um dos melhores presidentes de sempre, disse que relembrou uma frase que, dizia também, continha todo o seu genuíno conservadorismo. Dissera-lhe ele um dia algo como "a sociedade é um esforço que temos de construir para nao nos andarmos a matar uns aos outros". Mais conservadorismo linha dura, mais assumir-a-bruta-natureza-humana-como-ela-é nao existe.
No princípio dos anos 90, Fukuyama lançou o célebre "O Fim da História e o Último Homem". Aí defendia que a progressao da História da Humanidade como uma luta histórica entre ideologias chegara ao fim, depois da queda do muro de Berlim, e que a democracia liberal seria o destino último. A coisa pode nao ter acabdo por aí, ainda é cedo. Por exemplo, essa assumpçao terá sido feita na base dos EUA como única superpotência mundial, o que o futuro dirá se é para valer. Mas o certo é que os anos 80 de Reagan foram o gatilho de uma revoluçao mundial, de triunfo do capitalismo liberal, que parece imparável.
Face à decadência da Europa (é mais real que o que podemos pensar) surge a questao: é o capitalismo liberal a única soluçao para uma sociedade justa e feliz? Entao Reagan teria razao naquele ponto de vista de pessimismo antropológico?
Essa é uma questao que importa, realmente, perceber.