Alguém arranjou o nome para esta geraçao, para a minha geraçao: geraçao IM (I Am). O egoísmo, mesmo o solipsismo, como denominador comum a jovens que têm demasiados gostos pessoais. Têm o seu PC, o seu nick, a sua página de Hi5, a sua música (centenas de cançoes) sacadas da net, o seu bar, os seus (poucos) amigos, as suas fotos, as suas saídas, os seus programas de TV, o seu (inevitável) trabalho, o seu estilo de vestuário, o seu telemóvel, a sua "persona" em múltiplas vertentes consolidada. O que, está claro, nos torna mais sozinhos: com tantos caracteres pessoais, é difícil de encontrar outros como nós, e de os encaixar no nosso esquema. Quando a um jovem sao dadas tantas escolhas, tao extensos domínios da vontade, ele sente-se um príncipe. E andamos por aí feitos príncipes, pensando que aquele tipo até é boa pessoa mas ainda nao é bem o "nosso" perfil de amigo, que aquela rapariga é gira, mas anda nao é bem o "nosso" estilo de mulher. Depois, claro, vem uma crise social qualquer, um período de contracçao e há dança das cadeiras, as escolhas simples fazem mais sentido, e aprendemos a aceitá-las. Como dizem sabiamente os italianos, há que "sapere accontentarsi". Há mesmo?