Uma das poucas razões porque me deparo perante uma telenovela por alguns magros minutos, por uma novela portuguesa (nas brasileiras é microsegundos), é a de ter a curiosidade presa por algo que nada tem a ver com a cena emitida: antes pelo seu som. Mais concretamente, por algumas vozes.
É que há vários actores que chegaram às novelas de produção nacional (e refiro-me sobretudo às da TVI) depois de, por vários anos, terem permanecido no anonimato. Não no anonimato total, que também os há, mas depois de terem exclusivamente emprestado a sua voz - fazendo de 'voz-off' - dos meus (e vossos) desenhos-animados de infância. É uma sensação muito estranha, e curiosa, como que uma curta viagem à infância. E pelos caminhos da memória tentamos localizar o desenho-animado, a manhã concreta, a hora a que passava, em que olhávamos, fascinados.
Essa memória remota liga agora uma cara àquela voz tão antiga, a uma voz que parecia não ter cara, não ter gente, ser só a própria voz.
Pára o tempo, de repente. Feita a pequena viagem-surpresa, é hora de mudar de canal. Afinal, continua a ser uma novela da TVI.
É que há vários actores que chegaram às novelas de produção nacional (e refiro-me sobretudo às da TVI) depois de, por vários anos, terem permanecido no anonimato. Não no anonimato total, que também os há, mas depois de terem exclusivamente emprestado a sua voz - fazendo de 'voz-off' - dos meus (e vossos) desenhos-animados de infância. É uma sensação muito estranha, e curiosa, como que uma curta viagem à infância. E pelos caminhos da memória tentamos localizar o desenho-animado, a manhã concreta, a hora a que passava, em que olhávamos, fascinados.
Essa memória remota liga agora uma cara àquela voz tão antiga, a uma voz que parecia não ter cara, não ter gente, ser só a própria voz.
Pára o tempo, de repente. Feita a pequena viagem-surpresa, é hora de mudar de canal. Afinal, continua a ser uma novela da TVI.