Uma das coisas boas do meu curso, nao sei se por ser de Ciências Farmacêuticas, se por ser na Lusófona... Esperem, antes que continue. Falo de gente gira, declaro-o já. A Lusófona tem fama de ser local de gente gira e burra? É o estereótipo. Se o desconhecido com quem falo está de bom humor, entao "nao é bem assim - há de tudo". Se nao está, parte dessa premissa e esconde o desprezo como pode.
Bom, mas suponhamos que é. Há gente gira na Lusófona, é um facto. Mas também há gente (a maioria) aviltantemente normal e desconcertantemente... feia. Soubessem eles escrever em blogs, ninguém o notaria.
Mas vamos ceder ao estereótipo. Há gente gira na Lusófona. Vamos "narrow down" ao que interessa: há miúdas giras na Lusófona (e por toda a parte - mais bela praga nao conheço). E, sendo Ciências Farmacêuticas um curso maioritariamente feminino (pautado por alguns apreciadores de beleza feminina, alguns efeminados, e pobres normais que pensam sabe Deus em quê), a coincidência nao podia dar noutro resultado. Pois é - o meu curso tem algumas miúdas bastante giras.
Só há uma coisa mais irritante que essa beleza desconhecida a tantos. É ser desconhecida a mim. Porque sou uma série de coisas, nao sou uma série de coisas, nao sei fazer uma série de coisas, e recuso-me a fazer uma série de coisas. Assim de específico.
Nao é algo que me apoquente por aí além. É óbvio que o que é óbvio é óbvio. Mas também tenho (deve ser o último, com um amigo mais perto deste texto que o que parece) genuíno apreço pelas mulheres enquanto seres humanos. Gosto de falar com mulheres. Gosto da atençao que algumas (sim, algumas - mas mais algumas que alguns) prestam à inteligência, cultura, conversaçao, sensibilidade e educaçao. Fora de moda? As modas voltam.
Bom, mas por genuíno apreço pode-se ler também curiosidade por conhecê-las - sim, só mesmo conhecê-las. Fazer a triagem além do "look". Mas é difícil, reconheça-se. Quando num curso assim alguém espirra, ouvem-se dezenas de "santinho". "Obrigado..."
Mas, volto ao início, essa conjunçao de, bom - de mulheres, cria situaçoes engraçadas. Uma delas é que estou sempre a ver a "mais gira do curso". Descontemos o meu ano, há quatro mais. Ainda hoje pensava para comigo como é possível que X seja assim tao, sei lá, tao inebriante, intensa. Eis quando entra pelo café adentro Y, e eu e o outro amigo quase caindo ao chao. Mas... como é que isto é possível? "Mais gira do curso" digo, esquecendo X. "É, nem há dúvida. É muita gira.", confirma o meu amigo.
A crueldade da história é que este vosse espantado cronista nao usa X ou Y para protecçao de privacidade. Ele nao sabe mesmo o nome de X, nem de Y. Nem da "mais gira do curso" a entrar pelo café amanha.