Aquilo que Sócrates nao percebe é o vazio que o seu governo cria. Há um vazio de liderança, desde logo - Sócrates é um alguém que olha nos olhos e se diz chamar José Aristóteles, com a maior impavidez. Há um vazio de estratégia futura - a gestao corrente é o mote. Há um vazio de solidez no Estado - a economia é gerida por contabilistas. Há um vazio na relaçao com os cidadaos - a "realpolitik" obriga a todas as mentiras. Há um vazio face à injustiça - passam-se crimes e indignidades sem um "é inadmissível" do Governo (separaçao de poderes, tudo certo, mas continuo). Há um vazio de personalidades, de brilho pessoal, quem sabe com a excepçao de Luís Amado. E, depois, como seria de esperar, há um natural vazio de resultados.
O que Sócrates nao percebe é que a natureza tem um enorme horror ao vazio. Como disse um dia o seu homónimo grego "Lembra-te de que nao há nada estável em assuntos humanos".
O que Sócrates nao percebe é que a natureza tem um enorme horror ao vazio. Como disse um dia o seu homónimo grego "Lembra-te de que nao há nada estável em assuntos humanos".