3 amigos, sentados ao sol na relva de um jardim, depois de almoço. Tema de conversa: qual a melhor das meninas da Netcabo. "A da direita, claramente" diz X. "É, eu também prefiro essa. Mais malandreca", confessa Y. Ao que X contesta: "Achas? Pra mim mais malandreca é a do meio". "Eu acho que o X tem razao", diz o Z. "Pra mim mais malandreca é a do meio", repete X. "Essa é mais high-maintenance", terá pensado Y, sem no entanto se ter lembrado de dizer. Z olhava de novo para a foto deo jornal, mergulhado na análise.
A conversa ainda durou no remanso pós-pranial. Falou-se doutamente dos seus namorados ("É o gajo do morangos"), da sua hierarquia ("Ainda bem que gostamos de coisas diferentes"), recorreu-se perpicazmente a comparaçoes com raparigas conhecidas ("Alguma vez a V. é a terceira? Tás mas é maluco. Isso é ofensivo pra Teresinha"). Ah, e, claro, conhecemo-las pelo nome.
Aí estavam, se alguém sequer se desse ao trabalho de neles reparar, naquele ponto da cidade, do país, do mundo, do universo, das suas vidas, a discutir entusiasticamente. A discutir raparigas que nao conhecerao jamais, elaborando personalidades e saboreando belezas de fotos secas, retocadas com mestria por Photoshop, longe da realidade. Ah, mas como sabe docemente o sonho, a realidade tem sempre seus problemas.
Realmente, há coisas fantásticas. Fantasticamente parvas. Mas sabem bem, e a gente vai vivendo. Também delas é feita nossa vida.
A conversa ainda durou no remanso pós-pranial. Falou-se doutamente dos seus namorados ("É o gajo do morangos"), da sua hierarquia ("Ainda bem que gostamos de coisas diferentes"), recorreu-se perpicazmente a comparaçoes com raparigas conhecidas ("Alguma vez a V. é a terceira? Tás mas é maluco. Isso é ofensivo pra Teresinha"). Ah, e, claro, conhecemo-las pelo nome.
Aí estavam, se alguém sequer se desse ao trabalho de neles reparar, naquele ponto da cidade, do país, do mundo, do universo, das suas vidas, a discutir entusiasticamente. A discutir raparigas que nao conhecerao jamais, elaborando personalidades e saboreando belezas de fotos secas, retocadas com mestria por Photoshop, longe da realidade. Ah, mas como sabe docemente o sonho, a realidade tem sempre seus problemas.
Realmente, há coisas fantásticas. Fantasticamente parvas. Mas sabem bem, e a gente vai vivendo. Também delas é feita nossa vida.