sábado, setembro 29, 2007

Diz-Me Com Quem Nao Andas

E chega para todos, uns mais cedo que outros, aquele dia. Aquele dia em que percebemos que, querendo realizar coisas na nossa vida, e querendo aproveitá-la, para mais tarde nos nao arrependermos, vamos perder algo.

A desdita começa no facto de nao gostarem todos de nós. Esse, realmente, é um problema difícil de enquadrar a princípio. É pena, realmente, que nao possamos estar bem com toda a gente. Nao somos estúpidos - na nossa mente o aviso: "Portugal é um país pequeno, toda a gente se cruza e recruza. What goes arround, comes arround". Na verdade, essa coisa de querermos estar bem com todos tem bastante de egoísta e defensivo. Alguém tem que ficar a perder. Esperemos que nao os mais importantes - pais, amigos antigos, etc. E, já agora, esperemos que também nao fiquemos sem todos.

É uma etapa para a maioridade ter inimigos. Eu acho que os nao tenho - considero-me ainda muito infantil nesse aspecto. Mas com o tempo tenho vindo a constatar que, pelo menos em Lisboa, toda a gente se dá mal com alguma pessoa. Um rancor secreto, recalcado, um fingir-que-nao-se-vê, um por-aí-nao-que-o-encontro.

O Tempo e a vida dao voltas, tudo se esquece e quase tudo se perdoa. Suponho que nao há mal nenhum em ter inimigos - convém somente serem os certos. E, se calhar, até nos podemos definir nestes dias mais por eles do que pelos nossos amigos. Diz-me com quem nao andas, dir-te-ei quem és.