sábado, setembro 29, 2007

30º42'45,20''N,:Lisboa, Algures No Mundo

Jantar globalizado. Dois alemaes, dois italianos, uma polaca e dois portugueses. Num restaurante-tasca dos nossos algures para o Carmo.

O que eu acho verdadeiramente interessante é que esta geraçao parece-se muito, e anda toda à procura do mesmo. Experiência, trabalhar o menos possível, conhecer amigos e, claro, bastante sexo, algum amor. É o denominador comum, humano, de uma era em que as realidades nacionais nao fazem muito mais sentido. Em que todos têm acesso ao mesmo, e todos querem acelerar na "fast lane", nao se apercebendo sequer de como foram construídos os acessos.

Nao há muita perspectiva histórica ou educaçao no sentido clássico. A independência é sagrada, a exploraçao da vida um direito. O trabalho mero "modus vivendi". O discernimento e a noçao de qualidade - zero.

Pobres aqueles que, nao gostando dessa maneira de viver, ficam excluídos da cornucópia de maravilhas da vida, mais ainda da juventude. Sim, e também falo de mim, porquanto seja um excluído voluntário. Nao há grande espaço para a dúvida filosófica, para o pensar e olhar duas vezes - é tudo imediato, intuitivo, vertiginoso. Nao há espaço para a diferença. Quer dizer, há imenso espaço para a diferença individual, mas nao há muito espaço para quem gosta de correr a outras velocidades e tem outros horizontes em mente.

As lutas portentosas de egos que se travam sao, de onde eu estou sentado, engraçadas, desde que à distância. É o mundo que temos, e teria sempre de ser assim. Só tenho medo é que, às tantas, eles ainda comprometam esse mundo e venham chatear os marginais que nunca jogaram esse jogo. Porque essa coisa de Justiça e Coerência ao longo da vida sao mesmo os únicos idiomas, línguas mortas, que nao consegue esta geraçao aprender.