À noite
Bebem-se oportunidades
Passa-se ombros por saudades
Que ainda o não são.
Vaidades, hesitação
Instintos amordaçados
Por fados,
Etrelaçados
No dia de onde querem fugir.
À noite,
À noite há que sair
De nós mesmos,
Dos nós mesmos
Que nos prendem,
E falar
Porque quem cala consente.
À noite,
Deixamos um pouco da vida
Como chegámos a conhecer,
Antes desta brisa fria
Antes de a poder esquecer.
À noite,
Passam amores e esperanças
Por braços, fulgores, andanças
Passa uma solução.
À noite, se tiveres coragem
Encontras o teu coração.
Pedro Oliveira