Uma coisa curiosa sobre o trabalho, e a minha relação pessoal com o trabalho é o de que, quando envolvido, adoro trabalhar como poucas coisas (embora raramente o faça com o que gosto realmente). Mas sou muito pior a lidar com o factor humano, com a sociabilidade e todo o esforço de diplomacia. É que... às vezes não dá mesmo para perceber como as personalidades sobrepõem ao fim último, ao objectivo necessário. É... obsceno, tantas vezes parece obsceno. Mas há sempre um egozito de merda - mais frágil, uma tentativa de cercear a sede do melhor, um 'aparar por baixo' para que nenhum pense saltar alto de mais. Muita cortesia, muito amigos, mas desde que todos se considerem iguais. Não há cá melhores. Sempre abominei esses sentimentos ressabiados de tomar toda a gente por igual. E sempre tentei ser coerente com isso. Desde logo assumindo que, se eu próprio não estiver à altura, é justo que tenha consequências disso. Eu não tenho porque ser bom, ou mesmo 'o melhor'. Posso ser preguiçoso, querer aproveitar a vida. Mas tenho, sim, que reconhecer e abrir alas para quem seja, para quem queira sê-lo. É esse o meu mínimo de coerência.
Essa, contudo, está longe de ser a tese vigente.
Essa, contudo, está longe de ser a tese vigente.