Não me esqueci da primeiríssima questão acerca da viagem a Itália. Vá, digam lá que não é... Mesmo que não seja a primeira, como está lá sempre, vem logo a seguir ao "Então? Gostaram?".
Sim, as italianas correspondem ao mito. Para mim até superam o mito. E digo isto sem qualquer tipo de provincianismo - as portuguesas, se quiserem (somos um povo de "se quiserem"), dão-lhes luta. A beleza italiana está muito mais padronizada, a quantidade é maior (eles são 60 milhões...) e é suprema, quase que concebida para "encher o olho". É como se a beleza italiana fosse (ou devesse ser) resultado de cuidado absoluto, onde a beleza portuguesa é (ou deve ser) natural... Aliás, Itália é um país em que o sentidos dominantes são, claramente, os da visão e do tacto. Não é tanto assim para o nosso país.
O "sguardo" aqui é a arma fundamental (e espanta o à vontade com que os italianos nos perscrutam com o olhar). Elas adoram que falemos (bom) italiano (eles nem por isso, mas com os taxistas fui a falar todo o caminho, desde e até Malpensa), são admiravelmente hospitaleiras, em geral, e exemplarmente afáveis. Não há uma única mulher italiana a quem um "grazie" não seja seguido de um "prego". De uma educação irrepreensível e desarmante.
Quanto aos homens, há-os mais velhos de uma candura e cavalheirismo notáveis. Já os de meia idade (40s, 50s), quando interpelados, podem ser simpáticos ou hostis - não se sabe bem o que sai dali. Os mais novos (até aos 35s), bom... digamos que não é fácil encontrar um italiano "normal" (leia-se remotamente parecido a um português). Há gente bem parecida, elegante, seguindo suavemente com a parceira, mas parecendo pouco à vontade. Há jovens, desde cedo (secundário), muito "metro", e irritantes. E uma fauna onde sobressaem carecas, e fãs de sapatos castanhos claros, estranhamente perturbadores. Só em Florença dei de caras com alguns jovens que podiam passar por portugueses (a viagem, devo dizer, concentrou-se no Norte e Centro). E depois, há a quota parte da chamada "bicheza" (é o povo que diz, não sou eu). Particularmente em Milão, nestas alturas de pouco emprego, há um português que, no seu mester, não teria mãos a medir (como apontou o Edu sabiamente):
Sim, as italianas correspondem ao mito. Para mim até superam o mito. E digo isto sem qualquer tipo de provincianismo - as portuguesas, se quiserem (somos um povo de "se quiserem"), dão-lhes luta. A beleza italiana está muito mais padronizada, a quantidade é maior (eles são 60 milhões...) e é suprema, quase que concebida para "encher o olho". É como se a beleza italiana fosse (ou devesse ser) resultado de cuidado absoluto, onde a beleza portuguesa é (ou deve ser) natural... Aliás, Itália é um país em que o sentidos dominantes são, claramente, os da visão e do tacto. Não é tanto assim para o nosso país.
O "sguardo" aqui é a arma fundamental (e espanta o à vontade com que os italianos nos perscrutam com o olhar). Elas adoram que falemos (bom) italiano (eles nem por isso, mas com os taxistas fui a falar todo o caminho, desde e até Malpensa), são admiravelmente hospitaleiras, em geral, e exemplarmente afáveis. Não há uma única mulher italiana a quem um "grazie" não seja seguido de um "prego". De uma educação irrepreensível e desarmante.
Quanto aos homens, há-os mais velhos de uma candura e cavalheirismo notáveis. Já os de meia idade (40s, 50s), quando interpelados, podem ser simpáticos ou hostis - não se sabe bem o que sai dali. Os mais novos (até aos 35s), bom... digamos que não é fácil encontrar um italiano "normal" (leia-se remotamente parecido a um português). Há gente bem parecida, elegante, seguindo suavemente com a parceira, mas parecendo pouco à vontade. Há jovens, desde cedo (secundário), muito "metro", e irritantes. E uma fauna onde sobressaem carecas, e fãs de sapatos castanhos claros, estranhamente perturbadores. Só em Florença dei de caras com alguns jovens que podiam passar por portugueses (a viagem, devo dizer, concentrou-se no Norte e Centro). E depois, há a quota parte da chamada "bicheza" (é o povo que diz, não sou eu). Particularmente em Milão, nestas alturas de pouco emprego, há um português que, no seu mester, não teria mãos a medir (como apontou o Edu sabiamente):
É preciso exportar o negócio, portanto.
Há algo de muito interessante na coincidência de tanta feminilidade desarmante e este percentual de clientes do Fernando (todo um outro post). Não admira, portanto, que tenhamos chegado à conclusão de que elas gostam de portugueses - de alguns, pelo menos.
São mais "go and get girls" que as portuguesas, isso é certo. Estavam estes dois alegres bloggers, na sua serenidade lusitana, percorrendo as ruas de Florença, já perto da uma da manhã, quando são interpelados por duas italianas. Vindas de trás, haviam reparado nas nossas (inteiramente masculinas) malas a tiracolo (para guias, máquinas, carteira). Mas não nos perceberam turistas por causa disso, ou não o quis a sua disposição festiva. "Ragazzi, avete delle pochette?", perguntaram pela primeira vez, e eu nem sabia que era para nós (não notou o Edu a interpelação). "Ragazzi, avete delle pochette?" (e como soava divinal, com o típico acento final, o "pochette"), outra vez, passando por nós, sorrindo, apercebendo-se naquele segundo que talvez não fôssemos italianos, e nós de quão simpática era aquela troça. "Ó diacho..." - estavam a falar connosco...
E uma conversa, uma interpelação com uma italiana quase nem é só uma conversa, passa a ser uma espécie de bailado, de encantamento momentâneo, qualquer que seja a trivialidade. Se formos fluentes, claro. A beleza da coisa, é que não é só da nossa parte. Elas gostam genuinamente de "chiaccherare" - vale a pena aprender a língua só por isso.
Em suma, não esteve brilhante o panorama masculino, e bem se queixaram as nossas colegas. Já o feminino, coincidem estes vossos cronistas: imaculado.
Há algo de muito interessante na coincidência de tanta feminilidade desarmante e este percentual de clientes do Fernando (todo um outro post). Não admira, portanto, que tenhamos chegado à conclusão de que elas gostam de portugueses - de alguns, pelo menos.
São mais "go and get girls" que as portuguesas, isso é certo. Estavam estes dois alegres bloggers, na sua serenidade lusitana, percorrendo as ruas de Florença, já perto da uma da manhã, quando são interpelados por duas italianas. Vindas de trás, haviam reparado nas nossas (inteiramente masculinas) malas a tiracolo (para guias, máquinas, carteira). Mas não nos perceberam turistas por causa disso, ou não o quis a sua disposição festiva. "Ragazzi, avete delle pochette?", perguntaram pela primeira vez, e eu nem sabia que era para nós (não notou o Edu a interpelação). "Ragazzi, avete delle pochette?" (e como soava divinal, com o típico acento final, o "pochette"), outra vez, passando por nós, sorrindo, apercebendo-se naquele segundo que talvez não fôssemos italianos, e nós de quão simpática era aquela troça. "Ó diacho..." - estavam a falar connosco...
E uma conversa, uma interpelação com uma italiana quase nem é só uma conversa, passa a ser uma espécie de bailado, de encantamento momentâneo, qualquer que seja a trivialidade. Se formos fluentes, claro. A beleza da coisa, é que não é só da nossa parte. Elas gostam genuinamente de "chiaccherare" - vale a pena aprender a língua só por isso.
Em suma, não esteve brilhante o panorama masculino, e bem se queixaram as nossas colegas. Já o feminino, coincidem estes vossos cronistas: imaculado.