Uma questão simples: entre um grupo de amigos, qual é o ponto a partir do qual o aviso mútuo é um dever? Explico-me: qual é o ponto a partir do qual X tem uma relação de proximidade de tal forma com Z que se sente - ou deveria sentir - obrigado a convidar Z para, por exemplo, ir a uma festa, a uma saída? O que, claro, é o mesmo que perguntar, a partir de que ponto se irá Z sentir ofendido se X não o convidar, nem sequer o informar? Até que ponto a camaradagem fica comprometida?
Eu diria que existem três posturas diferente face à situação. A primeira diz respeito aos "liberais". Não gostam dessa obrigação e, em coerência, não a exigem dos outros. Nada nisso vêm sobre a personalidade do amigo, nada nisso vêm sobre a nobreza e fortaleza da amizade.
A segunda diz respeito aos "irmãos de sangue", que, no outro extremo, ficam deveras ofendidos por terem sido deixados de parte. Que dizem que há um "goes without saying" que é imediatamente perceptível às pessoas de carácter.
E depois, claro, há o terceiro caso: os híbridos. São liberais quando lhes dá jeito, ou "irmão de sangue" quando lhes dá jeito. Tanto reclamam independência de movimento, como reclamam com outrém por não o ter convidado a eles também, ressentidos. Em suma, reclamam.
Eis, pois, a meu ver, a espécie mais detestável. Aquela que persegue, no fundo, outros objectivos (ah... mas às tantas são sempre os mesmos...), e que os esconde. Entre o amor à liberdade e o bater no peito, o "abraço", vão, em bom português, tratando da sua vidinha, como fuinhas pela terra húmida dos códigos da gente grande.
Escrevo este post, justamente, por aviso, e por solidariedade - que eu vejo casos desses por aí. "Sol na eira e chuva no nabal", é algo que não devemos permitir. Há apenas tanta inteligência para ofender, tanta paciência a dirimir.
Eu diria que existem três posturas diferente face à situação. A primeira diz respeito aos "liberais". Não gostam dessa obrigação e, em coerência, não a exigem dos outros. Nada nisso vêm sobre a personalidade do amigo, nada nisso vêm sobre a nobreza e fortaleza da amizade.
A segunda diz respeito aos "irmãos de sangue", que, no outro extremo, ficam deveras ofendidos por terem sido deixados de parte. Que dizem que há um "goes without saying" que é imediatamente perceptível às pessoas de carácter.
E depois, claro, há o terceiro caso: os híbridos. São liberais quando lhes dá jeito, ou "irmão de sangue" quando lhes dá jeito. Tanto reclamam independência de movimento, como reclamam com outrém por não o ter convidado a eles também, ressentidos. Em suma, reclamam.
Eis, pois, a meu ver, a espécie mais detestável. Aquela que persegue, no fundo, outros objectivos (ah... mas às tantas são sempre os mesmos...), e que os esconde. Entre o amor à liberdade e o bater no peito, o "abraço", vão, em bom português, tratando da sua vidinha, como fuinhas pela terra húmida dos códigos da gente grande.
Escrevo este post, justamente, por aviso, e por solidariedade - que eu vejo casos desses por aí. "Sol na eira e chuva no nabal", é algo que não devemos permitir. Há apenas tanta inteligência para ofender, tanta paciência a dirimir.