Melhor jornal: "Expresso", apesar de tudo. Apesar de menos interessante, com um caderno principal "sofrível" (haja Sousa Tavares), e uma "Única" banalíssima (ofensiva para a "Revista" de outros tempos), tem ainda o melhor suplemento cultural e o melhor suplemento de economia (a milhas do "Sol"). Sempre útil o caderno de "Emprego".
Quanto ao "Sol" padece de, como algures escreveu Pacheco Pereira, querer ser tudo, para acabar a não ser carne nem peixe. Quis ir buscar os orfãos do "Independente", os fiéis de Saraiva no "Expresso", os saturados do excesso de informação, os que buscam frescura na leitura de fim-de-semana, mais que mera revisão da semana anterior. Com uma revista "Tabu" mais interessante que a "Única", Saraiva perdeu-se no seu egotismo, e a sua originalidade de clarividência, no "Expresso", ficou, na nudez do "Sol", só superficialidade, só truísmo. Para além dos ridículos artigos sobre as suas vicisstiudes pessoais. Como se alguém "gave a damn", honestamente. Saraiva, amigo, quer andar a fazer teses de doutoramente em redor dos seus episódios rotineiro? Lance um blog, é o meu conselho (mas escreva de forma mais... sexy - não há paciência). A redacção do jornal sofre de uma espécie de complexo nepotista, na defesa do próprio Saraiva (sobretudo quando Sousa Tavares foi criticado por Pulido Valente - logo Mário Ramires comparou o episódio com uma crónica de Sousa Tavares a arrasar o livro de Saraiva sobre a vida no "Expresso", como se fosse comparável) - e isso só os desqualifica como mentes independentes.
O "Publico" quis-se fazer moderno e perdeu um leitor. Nunca mais li o jornal com a regularidade de outros tempos após esta renovação gráfica. A este modernismo eu chamaria, em relação ao jornal anterior, "pornografia da imagem". Enche-se o jornal de imagem, perde a compreensão do conteúdo. Para além da mania de tornar o jornal num pseudo-blog, com "links" no topo de cada página para outras notícias. Um dia ainda hão-de perceber que o formato anterior era muito melhor, e as pessoas já andam cheias de imagem pela televisão e pelo pc. Ninguém quer isso no seu jornal. Um jornal é um meio, não um fim, não um objecto a guardar. Com tanto "bling", o inconsciente até critica o leitor por deitar tanta bela imagem e boa folha para o caixote. Esta é uma luta pessoal, e terei apenas comigo alguns outros puristas. Eu digo que o "Público" tem que ceder e retroceder. A ver vamos quem ganhará.
Revista: "Sábado". A mais criativa, de muito longe. Consistente no seu estilo. Muito boa a explorar a vida real, prática dos portugueses, que esteve durante muito tempo alheada do "etéreo" das revistas de referência. Vai buscar, muito astutamente, os temas de que os portugueses falam entre si. É cusca. Sabe que os portugueses gostam de ler os pormenores mais comezinhos, da rotina do dia-a-dia da pessoa, seja um humorista ou um banqueiro, e isso interessa o leitor para o resto do tema. Conseguem assim aligeirar sem banalizar. Melhor publicação a surgir no panorama mediático português dos últimos anos. Não é a "Sábado" que precisa de melhorar, o seu estilo está correcto. à volta é que os outros não fazem a função que lhes compete.
Colunistas: tento ler, sempre que "os apanho": Pacheco Pereira, Vasco Pulido Valente, Miguel Sousa Tavares, Pedro Mexia, António Pinto Leite e Ferreira Fernandes. Esporadicamente, Marecelo Rebelo de Sousa, em que a quantidade de pormenores pessoais e os "diabinhos" ao serviço do que anda o homem à procura não compensam a diversidade, qualidade e destaques merecidos (para mim, pelo menos). No meu top pessoal estaria Pacheco Pereira na profundidade, mas vou escolher Miguel Sousa Tavares pela proximidade ao meu gosto pessoal, pela conjunção de espírito, discernimento, e, ultimamente, até mesmo algum estudo. O colunista que mais me faz dizer "na mouche - é mesmo isto".
De qualquer forma, não há um registo brilhante, uma certa frescura. Falta gente jovem a despontar, gente com talento e inteligência a emeergir pelo meio desta gerontocracia de "opinion makers" (Sim, sim, estou disponível! "Maria"?... hum, talvez não... fico-me pelo Generosità).
Em geral, o panorama nos jornais e revistas portugueses, que me desculpem, é pobre demais para ser verdade. Quem os lê há alguns anos como eu, embora jovem, vê perfeitamente uma perda de densidade, de esforço por simplicar o que é difícil, a falta criminosa de originalidade, de variedade. Tanto factõide internacional traduzido até mete pena. Tanto "profissional" da escrita táo superficial... não vive de todo aquilo que escreve. Escreve como aparte da sua vida. Em Portugal, isso não faz sentido. Falta um novo Miguel Esteves Cardoso, uma nova Filomena Mónica, falta o "Público" dos 90, falta gente jovem do "Independente", falta um "Expresso" mais generoso e interessante. Não é o "Sol" ou o novo "Público" que lá vão. Assim, vejo-me a perceber porque é o Correio da Manhã o jornal português com maior tiragem. Tem notícias a sério, por mais escandalosas que sejam, e alguma opinião dieferente, até com alguns escritores como José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares. Panorama muito triste, realmente. Mercantilização excessiva, padronização excessiva, repetição excessiva.
Quanto ao "Sol" padece de, como algures escreveu Pacheco Pereira, querer ser tudo, para acabar a não ser carne nem peixe. Quis ir buscar os orfãos do "Independente", os fiéis de Saraiva no "Expresso", os saturados do excesso de informação, os que buscam frescura na leitura de fim-de-semana, mais que mera revisão da semana anterior. Com uma revista "Tabu" mais interessante que a "Única", Saraiva perdeu-se no seu egotismo, e a sua originalidade de clarividência, no "Expresso", ficou, na nudez do "Sol", só superficialidade, só truísmo. Para além dos ridículos artigos sobre as suas vicisstiudes pessoais. Como se alguém "gave a damn", honestamente. Saraiva, amigo, quer andar a fazer teses de doutoramente em redor dos seus episódios rotineiro? Lance um blog, é o meu conselho (mas escreva de forma mais... sexy - não há paciência). A redacção do jornal sofre de uma espécie de complexo nepotista, na defesa do próprio Saraiva (sobretudo quando Sousa Tavares foi criticado por Pulido Valente - logo Mário Ramires comparou o episódio com uma crónica de Sousa Tavares a arrasar o livro de Saraiva sobre a vida no "Expresso", como se fosse comparável) - e isso só os desqualifica como mentes independentes.
O "Publico" quis-se fazer moderno e perdeu um leitor. Nunca mais li o jornal com a regularidade de outros tempos após esta renovação gráfica. A este modernismo eu chamaria, em relação ao jornal anterior, "pornografia da imagem". Enche-se o jornal de imagem, perde a compreensão do conteúdo. Para além da mania de tornar o jornal num pseudo-blog, com "links" no topo de cada página para outras notícias. Um dia ainda hão-de perceber que o formato anterior era muito melhor, e as pessoas já andam cheias de imagem pela televisão e pelo pc. Ninguém quer isso no seu jornal. Um jornal é um meio, não um fim, não um objecto a guardar. Com tanto "bling", o inconsciente até critica o leitor por deitar tanta bela imagem e boa folha para o caixote. Esta é uma luta pessoal, e terei apenas comigo alguns outros puristas. Eu digo que o "Público" tem que ceder e retroceder. A ver vamos quem ganhará.
Revista: "Sábado". A mais criativa, de muito longe. Consistente no seu estilo. Muito boa a explorar a vida real, prática dos portugueses, que esteve durante muito tempo alheada do "etéreo" das revistas de referência. Vai buscar, muito astutamente, os temas de que os portugueses falam entre si. É cusca. Sabe que os portugueses gostam de ler os pormenores mais comezinhos, da rotina do dia-a-dia da pessoa, seja um humorista ou um banqueiro, e isso interessa o leitor para o resto do tema. Conseguem assim aligeirar sem banalizar. Melhor publicação a surgir no panorama mediático português dos últimos anos. Não é a "Sábado" que precisa de melhorar, o seu estilo está correcto. à volta é que os outros não fazem a função que lhes compete.
Colunistas: tento ler, sempre que "os apanho": Pacheco Pereira, Vasco Pulido Valente, Miguel Sousa Tavares, Pedro Mexia, António Pinto Leite e Ferreira Fernandes. Esporadicamente, Marecelo Rebelo de Sousa, em que a quantidade de pormenores pessoais e os "diabinhos" ao serviço do que anda o homem à procura não compensam a diversidade, qualidade e destaques merecidos (para mim, pelo menos). No meu top pessoal estaria Pacheco Pereira na profundidade, mas vou escolher Miguel Sousa Tavares pela proximidade ao meu gosto pessoal, pela conjunção de espírito, discernimento, e, ultimamente, até mesmo algum estudo. O colunista que mais me faz dizer "na mouche - é mesmo isto".
De qualquer forma, não há um registo brilhante, uma certa frescura. Falta gente jovem a despontar, gente com talento e inteligência a emeergir pelo meio desta gerontocracia de "opinion makers" (Sim, sim, estou disponível! "Maria"?... hum, talvez não... fico-me pelo Generosità).
Em geral, o panorama nos jornais e revistas portugueses, que me desculpem, é pobre demais para ser verdade. Quem os lê há alguns anos como eu, embora jovem, vê perfeitamente uma perda de densidade, de esforço por simplicar o que é difícil, a falta criminosa de originalidade, de variedade. Tanto factõide internacional traduzido até mete pena. Tanto "profissional" da escrita táo superficial... não vive de todo aquilo que escreve. Escreve como aparte da sua vida. Em Portugal, isso não faz sentido. Falta um novo Miguel Esteves Cardoso, uma nova Filomena Mónica, falta o "Público" dos 90, falta gente jovem do "Independente", falta um "Expresso" mais generoso e interessante. Não é o "Sol" ou o novo "Público" que lá vão. Assim, vejo-me a perceber porque é o Correio da Manhã o jornal português com maior tiragem. Tem notícias a sério, por mais escandalosas que sejam, e alguma opinião dieferente, até com alguns escritores como José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares. Panorama muito triste, realmente. Mercantilização excessiva, padronização excessiva, repetição excessiva.