quinta-feira, novembro 15, 2007

Pautado Futuro

Digo a um amigo que a diferença entre nós dois se resume aos cadernos pretos em que escrevemos. Vocês conhecem-nos: o típico caderno de estudante, da Ambar, capa toda preta, cúmulo da simplicidade.

O facto é que ele é muito organizado (na fronteira do "control freak", se genial na sua capacidade estratégica), gosta de se levantar "a horas" e fazer as coisas bem feitas. Só gosta de escrever nos tais cadernos que tenham linhas. Eu, pela minha parte, sou muito mais criativo, gosto de esperar para ver os desafios de amanhã, e impôr a mim mesmo uma resolução "on the spur of the moment". Gosto de inovar e tenho um perfeito horror à rotina. Donde, folhas lisas, e o mais amplas possível, por favor.

Augura-me esse amigo uma conversão às suas linhas, à sua ordem. Mas tudo aquilo me parece uma prisão, mais uma prisão para além das outras. E, sendo um fanático por liberdade - de tal forma que não me assusta estar só - duvido que chegue a mim esse tão grande desejo de "ordem". Mas, cauteloso como sou, não digo peremptoriamente que não seja, ou tenha que ser, pautado o meu futuro.