Um conjunto de amigos perfeito para ir ver o nosso Sporting a Manchester. "Se eu quero ir?... Acho que não, mas agradeço o convite." Desdenho assim a oportunidade, a conjunção de factores e pessoas. Isto partindo desse fundamental nesta idade tão esquecido - a capacidade económica para o fazer.
Falam-me meus colegas insistentemente na viagem de finalistas, na transição de semestre. Gosto muito do espírito, mas... não sei. "Posso bem não ir", vou avisando. E faço-o com certa pena.
Surge a oportunidade de fazer o meu estágio no estrangeiro. Milhares de oportunidades, situações, experiências e crescimentos pessoais concebe o meu espírito. "Mas em Portugal, se nós quisermos, também aprendemos - eu não sou provinciano, nunca fui. Temos gente de muita qualidade". Acredito nisso quando o digo, mas sei que terá algo também de justificativo. Há muitos bons relatos da experiência. Muita a gente a dizer "Vai. Vais gostar". Mas... vou indagando e indagando, vasculhando todos os pormenores, até acontecer o que só pode acontecer: passar o prazo - e a possibilidade.
Prende-me esta força centrípeta de quem já viveu fora, sendo demasiado português, sentindo saudades de voltar. Prende-me o medo de fazer longas viagens de avião. Prende-me o outro receio, de "fugas para a frente", debruçares nervosos, estúpidos, foguetes com pólvora a mais, a rebentar com estrondo em céus tranquilos, e que podem mesmo rebentar ali, nas mãos. Prende-me a noção clara de não ter ainda feito tanto que há de básico por cá. (Tanto que me resta conhecer. Tanta gente que me resta conhecer). Prende-me mesmo uma certa qualidade de vida e pormenores que são tratados por mim de que eu nem suspeito. E que gosto de nem suspeitar.
Falta de ousadia? Acomodado? Aceito a crítica sem problema, tem toda a lógica. Digamos que já perdi algum tempo em folias desnecessárias (mas aí o pormenor que faz a diferença - eu tentar tento sempre), e o fundamental ali ao lado. Não é que tenha medo do que quer que seja - não terei, simplesmente, vontade. Porquê ao certo não sei. Não sei se desilusão, se mera percepção (atrasada) da realidade das coisas. Tendo a culpar o não ter encontrado as pessoas que pensava existirem, nos últimos anos (encontrei outras, que me supreenderam pela positiva). Pelos vistos, não é agora com esta atitude que as vou encontrar.
Esta, realmente, não é a melhor postura - e não duvidem que comporta riscos. A vida é feita com períodos de andar em frente, e com períodos de balanço. E, se não tivermos cuidado, esses olhares "para trás" podem ser fatais.
E bom, em última análise, se pudermos ter algum bem estar, por cada vida, por cada caminho que percorremos, outras tantas - imensas - ficam por viver, ficam por caminhar. Cabe a nós a função, dentro das nossas limitações, de ser feliz. Nem sequer vale a pena esperar que venham coisas "com a idade". Para tal basta ler Camões: "não cuide a gente futura/que será obra da idade/o que é força da ventura".
Falam-me meus colegas insistentemente na viagem de finalistas, na transição de semestre. Gosto muito do espírito, mas... não sei. "Posso bem não ir", vou avisando. E faço-o com certa pena.
Surge a oportunidade de fazer o meu estágio no estrangeiro. Milhares de oportunidades, situações, experiências e crescimentos pessoais concebe o meu espírito. "Mas em Portugal, se nós quisermos, também aprendemos - eu não sou provinciano, nunca fui. Temos gente de muita qualidade". Acredito nisso quando o digo, mas sei que terá algo também de justificativo. Há muitos bons relatos da experiência. Muita a gente a dizer "Vai. Vais gostar". Mas... vou indagando e indagando, vasculhando todos os pormenores, até acontecer o que só pode acontecer: passar o prazo - e a possibilidade.
Prende-me esta força centrípeta de quem já viveu fora, sendo demasiado português, sentindo saudades de voltar. Prende-me o medo de fazer longas viagens de avião. Prende-me o outro receio, de "fugas para a frente", debruçares nervosos, estúpidos, foguetes com pólvora a mais, a rebentar com estrondo em céus tranquilos, e que podem mesmo rebentar ali, nas mãos. Prende-me a noção clara de não ter ainda feito tanto que há de básico por cá. (Tanto que me resta conhecer. Tanta gente que me resta conhecer). Prende-me mesmo uma certa qualidade de vida e pormenores que são tratados por mim de que eu nem suspeito. E que gosto de nem suspeitar.
Falta de ousadia? Acomodado? Aceito a crítica sem problema, tem toda a lógica. Digamos que já perdi algum tempo em folias desnecessárias (mas aí o pormenor que faz a diferença - eu tentar tento sempre), e o fundamental ali ao lado. Não é que tenha medo do que quer que seja - não terei, simplesmente, vontade. Porquê ao certo não sei. Não sei se desilusão, se mera percepção (atrasada) da realidade das coisas. Tendo a culpar o não ter encontrado as pessoas que pensava existirem, nos últimos anos (encontrei outras, que me supreenderam pela positiva). Pelos vistos, não é agora com esta atitude que as vou encontrar.
Esta, realmente, não é a melhor postura - e não duvidem que comporta riscos. A vida é feita com períodos de andar em frente, e com períodos de balanço. E, se não tivermos cuidado, esses olhares "para trás" podem ser fatais.
E bom, em última análise, se pudermos ter algum bem estar, por cada vida, por cada caminho que percorremos, outras tantas - imensas - ficam por viver, ficam por caminhar. Cabe a nós a função, dentro das nossas limitações, de ser feliz. Nem sequer vale a pena esperar que venham coisas "com a idade". Para tal basta ler Camões: "não cuide a gente futura/que será obra da idade/o que é força da ventura".