domingo, fevereiro 17, 2008

Policiamento de Proximidade (À Parvoíce)

Hoje numa bomba de gasolina, um polícia estaciona à frente da loja, as marcas delimitam 4 lugares. Quando sai do carro, com uma energia fiscalizadora, a primeira coisa que diz, como um disparo, é ao homem do jipe que estacionara ao seu lado para mudar o veículo. Parece que estava com meia roda no lugar de deficientes. Já se sabe que os há tantos, por aquela estrada deserta, e a pararem naquela bomba. E depois teriam dificuldade com aquela meia roda: o homem podia demorar-se ainda uns 5 minutos, não podendo vislumbrar a situação senão a 2 metros da dita, por meio de um enorme vidro transparente. Uma situação de perigo à espera de acontecer, portanto. É para estas coisas que servem os nossos afoitos agentes policiais.

Será das botas, pergunto-me? Eu também não gostaria de andar todo o dia com aquelas botas (era um GNR). Porque anda tanto polícia com esta postura irritada? De zelar pelo ridículo e chamar-lhe lei? Proteger o cidadão? Duvido. Um polícia sem bom-senso é um autómato. Um polícia que precinde de bom-senso é um pequeno ditador, e são esses que dão razão aos argumentos contra eles. Esse espírito de "caça ao homem" devia ser evitado, em primeiro lugar, pelos próprios polícias. Felizmente acho que ainda são muitos os dotados de bom-senso.

O rapaz do jipe, com um ar "boa onda" - de surfista, se não estivéssemos no meio do Ribatejo - lá retirou o carro, meio estupefacto, mas guardando o sentimento para si. Faz ele bem. São estes repentes de fiscalização fascizante, que se multiplicam pela nossa sociedade, com tantas pequenas formas, que fazem de Portugal não um país que mata - mas que mói bastante.