Passaram-me pelas mãos dezenas de livros ao longo do ano. A minha cadência de leitura, pergunto-me mesmo se o meu tempo, a minha paciência, não chegaram para ler mais que uma ínfima parte. Por isso não vou eleger um livro para um conjunto de categorias. Mas posso bem arriscar escolher um livro do ano. Aí não tenho grandes dúvidas: o vencedor é Orlando Furioso, o clássico de Ludovico Ariosto, traduzido do italiano pela especialista Margarida Pequito, com a chancela da Cavalo de Ferro.
Nunca antes este absoluto clássico da literatura mundial fora integralmente traduzido para português. A sua versão final data de 1532, e tem 46 cantos e cerca de 40.000 versos rimados. Rimas - e aí esta tradução torna-se impressionante - que esta tradutora conseguiu manter na passagem para português. Leio numa entrevista que o fez ao longo de um ano inteiro, em regime quase monástico. Já várias vezes eu ouvira referências a este clássico, do qual Camões chegou a copiar frases (sim - pensam que o luso plágio é de agora?). Um conselho pessoal, e generoso (conferir nome deste blog): comprem-no. É preciso saber reconhecer ouro quando se o vê à nossa frente. E quem sabe quando volta a oportunidade.
Mas informações sobre esta obra aqui.