quarta-feira, janeiro 09, 2008

O Homem Pobre

Falávamos de um rapaz que anda, inutilmente, atrás de uma rapariga que não lhe presta atenção. Ela é gira demais, se bem que educada e simpática (demais para ser clara?). Ele é capaz de escrever um livro sobre o tom de voz dela nesse dia, garimpando por um sinal. Saboreia esperanças vãs, e aqueles em seu redor não se atrevem a elucidá-lo. Parece que as coisas em casa não estão famosas, alguém me diz. Parece que academicamente também não. Parece que não anda a rodear-se das melhores pessoas. Nada de positivo no futuro próximo, a que ele se possa agarrar.

Dou comigo a pensar em como alguém um dia vai convidar aquela miúda a sair, de como alguém, quem sabe do seu círculo, vai namorar com ela. E ele verá talvez as suas esperanças desfeitas. Pergunto-me como irá ele reagir, que vê nela o único capital da sua vida (mesmo que não o possua realmente). Que, homem pobre, vislumbra nessa obsessão a sua riqueza. Terá pouco mais. Como reagirá se outro a conquistar? Nunca se deve mexer com a única riqueza de um homem pobre - essa é uma regra básica. Será que os outros a irão respeitar?