segunda-feira, novembro 10, 2008

Mutt Like Me

É muito difícil, realmente, não ter uma profunda simpatia por Obama. Eu permaneço algo céptico no domínio das políticas, mas, como escreveu o Pedro Mexia no seu blog, espero poder defendê-lo, com alguma coerência, quando mais tarde angariar 'desiludidos'.

Mas esta frase, acerca do próximo cão para a Casa Branca (também conhecido como 'First Dog'), dever ser um rafeiro, porque, diz Obama, também ele é, de alguma maneira, um 'mutt' (pela mistura rácia, de continentes, de mundos sociais, e pela ascenção 'inusitada' ao topo) - tenho que me rir dela. Tenho que me rir com ele.

Eu, que também gosto de rafeiros, que também tenho um bocado desse desassossego de rafeiro, que também gosto da mistura, tenho que me rir com ele. Porque eu sou um 'rafeiro intelectual', ou omnívoro intelectual, sei bem da natureza da coisa, e tenho que me rir.

Rafeiro - no sentido rácico - não tem porque ser pejorativo. Só o é para pessoas com deslumbre por quimeras de natureza humana. Um rafeiro é muito mais malandreco, muito mais sabidão, e muito mais desenrrascado. Não é como esses cães de boa linhagem, que ficam zangados por qualquer elemento fora do sítio no seu mundo.

Melhor ser rafeiro feliz que ser pedigree agrilhoado.