Uma coisa intrigante nesta crise financeira é que, como o jogo se tornou global, e se descontrolou por ser global, os efeitos dramáticos parecem mais globais. Quer dizer, a americanização do mundo, no facto da economia influenciar os destinos das nações, talvez não tenha, realmente, precedentes. A globalização do capitalismo, que o desresponsabiliza - e é a raíz desta crise - fará com que também, os efeitos mais dramáticos da própria crise se sintam da mesma forma por todo o mundo. Quer isto dizer pessoas nervosamente coladas aos números das bolsas, deprimidas, tomando acções extremas talvez. Pensemos assim: onde antes uma percentagem pequena da população vivia nervosamente a bolsa, hoje essa percentagem é muito maior. E, talvez, onde antes uma percentagem grande sofria em termos de economia real, essa percentagem está ainda para ser aferida. É diferente uma crise no princípio do sec. XX de uma no princípio do sec. XXI. Veja-se, por exemplo, o mero pormenor de avanço na produção de alimentos. O problema nem é da economia real, que pode hoje ter um nível como nunca antes. O problema está no liberalismo, e no primado da economia financeira, facilmente internacional, sobre as vertentes da economia real. Não faz qualquer sentido. É como dizer que nunca podemos produzir tão bem como hoje, mas como não podemos gastar tanto quanto deveríamos, o sistema entra em colapso. Ora isto é ilógico, e ridículo - e tem que ser revisto.
O que está visto - e eu sempre suspeitei - é que havia algo estrnanho no ar, quando, há uns meses andavam aí a dizer que havia imensa liquidez a nível mundial, que o mundo estava a crescer a um excelente ritmo. E eu, que sou céptico, não antecipando o espectro temporal para o desenvolvimento de nova actividade económica, nem a antevisão da diversificação cada vez maior da economia - com a população mundial a aumentar - pensei algo estar errado. Mas, caramba, o que é que um farmacêutico sabe de economia?
O que está visto - e eu sempre suspeitei - é que havia algo estrnanho no ar, quando, há uns meses andavam aí a dizer que havia imensa liquidez a nível mundial, que o mundo estava a crescer a um excelente ritmo. E eu, que sou céptico, não antecipando o espectro temporal para o desenvolvimento de nova actividade económica, nem a antevisão da diversificação cada vez maior da economia - com a população mundial a aumentar - pensei algo estar errado. Mas, caramba, o que é que um farmacêutico sabe de economia?