Há coisas que eu, realmente, não percebo em José Pacheco Pereira (JPP), por muito que faça questão de o elogiar em vários domínios. Ora, neste texto, volta JPP a criticar o... onanismo emocional (perdoem a força da expressão), a exploração dos sentimentos mais básicos, por parte da televisão. Mas, afinal, o que é que queria JPP? A sociedade é livre nesse sentido, como ele sempre reclamou, e bem. É livre e popular. E isso a prazo significava sempre que iria ser açambarcada por e, sobretudo, para o homem-massa de Ortega y Gasset. Onde é que está a surpresa, caramba? Qual o espanto? Como quer JPP que por lá seja veiculada hoje a "virtude"? É a lei do dinheiro, da quantidade, do "scaling-up". E ele conhece-a muito bem. Estava à espera de algum código de conduta por parte dos "media"? É sempre residual. Basta atentar no modelo americano, que tantas vezes elege, para perceber - de uma vez por todas - que a coisa, quando muito, tem tendência somente para piorar.
Ele há coisas simples, verdadeiramente simples, a que parecem cegos alguns homens inteligentes.
Ele há coisas simples, verdadeiramente simples, a que parecem cegos alguns homens inteligentes.