O que a gente da empresa de publicidade que concebeu a campanha "orgulho hetero" para a cerveja Tagus não percebe é que o próprio conceito de "orgulho" é a reacção à opressão de se ser minoria. Não faz sentido em falar em "orgulho em gostar de respirar" ou "orgulho em gostar de comer bem", "orgulho em gostar de café", ou "orgulho em gostar de gastar dinheiro", ou "orgulho em gostar de dias de sol", etc. São coisas normais, estatisticamente normais. Há vivê-las com segurança, no respeito pela diferença. Embora, (e eu aí sou algo politicamente incorrecto), respeitar a diferença não é aceitar tudo e todos. O que eu nunca aceitarei, definitivamente, é que me tomem por tolo.
Mas estas "boutades" só apelam a um conjunto de "burgessos" ignaros, que reagem agressivamente, defensivamente, na defesa da sua heterossexualidade (têm medo do estranho, e "a coisa" afigura-se-lhes muito estranha; falta de cultura...). Nesse sentido, a campanha apela até a uma certa homofobia, no limite. O que só pode querer duas coisas - para além da óbvia publicidade grátis que a discussão (previsível) suscita - ou o padrão de normalidade está a reduzir (e daí poderíamos ir para discussão do "tempo histórico", da tal "Civilização") ou então, teoria maquiavélica, foram mesmo "eles" que conceberam a publicidade, e estão a rir-se disso neste momento.
Mas estas "boutades" só apelam a um conjunto de "burgessos" ignaros, que reagem agressivamente, defensivamente, na defesa da sua heterossexualidade (têm medo do estranho, e "a coisa" afigura-se-lhes muito estranha; falta de cultura...). Nesse sentido, a campanha apela até a uma certa homofobia, no limite. O que só pode querer duas coisas - para além da óbvia publicidade grátis que a discussão (previsível) suscita - ou o padrão de normalidade está a reduzir (e daí poderíamos ir para discussão do "tempo histórico", da tal "Civilização") ou então, teoria maquiavélica, foram mesmo "eles" que conceberam a publicidade, e estão a rir-se disso neste momento.