Fim-de-semana estupendo. Bati o meu recorde de toques na bola: 1095. É verdade - sempre fui um craque a jogar sozinho... Mas, em abono da verdade, tenho que dizer que só foram possíveis com uns belos ténis de futebol de salao, em relvado. Ainda assim, 1095. Nao volto lá tao depressa. Mais umas corridas, e eis os tiques de intelectual saudavelmente engavetados.
Voltei hoje, segunda-feira, a Lisboa, completando a minha segunda ida-e-volta à aldeia, algo de épico para mim. Belíssima viagem. Eis quando cometo o erro fatal de levar o carro de tarde para ir à Lusófona. "I should have known better...". Camiao parado, trânsito infernal, calor super-infernal. Pára-arranca, metros e metros de progresso falsamente manso, escondendo mil nervosismos, mil palavroes, mil desejos de ultrapassar a 230 km/h todos os outros - "parvalhoes". Mil anseios de 5ª sob o desalento de uma 1ª. Todo o universo, toda a história da Humanidade, ali concentradas naquele Fiat que nao arranca ou naquele VW que entra "à chico-esperto", sem fazer sinal. Por cima dos condutores, misturadas na névoa difusa dos gases ao calor, as almas daqueles condutores travam batalhas violentas, onde há desumanidade, agressao pura, violência da mais primeva. Mas só um pouco acima, raramente essa guerra desce ao solo, cá em baixo, onde as regras de civilidade geram úlceras nervosas sob o calor desafiador, que se ri.
Chego atrasado à aula (2 vezes, com o lanche ao intervalo), jeito desajeitado, apologético, ao entrar. Aula passada, objectivos mínimos cumpridos. Voltar a casa: uma fila ainda pior. Nem a redescoberta do "Gran Turismo", dos Cardigans, no leitor de CDs salva a minha alma... É assim que se criam assassinos em série, é assim que se criam terroristas, é assim que se criam pessoas inimagináveis como a Odete Santos. "11 de Setembro? Terrorismo? Meu caro, já alguma vez fizeste a Calçada de Carriche em hora de ponta ao calor do Verao? Pois é. Isso sim, é terrorismo."
Metro: volta, estás perdoado! Traz o teu cheiro a sovaco, os teus pedintes cegos ("tenha a bondade de m'auxiliar..."), os teus romenos a tocar acordeao, as tuas suburbanas a discutir gajos enquanto mascam pastilha, os teus chungas, os teus pretos ameaçadores com as cuecas de fora e calças 3 tamanhos acima (interrupçao politicamente correcta: nem todos os negros sao ladroes, a maior parte sao cidadaos normais e bons pais de família). A sério, estás perdoado. Amanha reencontramo-nos, amore mio!
Voltei hoje, segunda-feira, a Lisboa, completando a minha segunda ida-e-volta à aldeia, algo de épico para mim. Belíssima viagem. Eis quando cometo o erro fatal de levar o carro de tarde para ir à Lusófona. "I should have known better...". Camiao parado, trânsito infernal, calor super-infernal. Pára-arranca, metros e metros de progresso falsamente manso, escondendo mil nervosismos, mil palavroes, mil desejos de ultrapassar a 230 km/h todos os outros - "parvalhoes". Mil anseios de 5ª sob o desalento de uma 1ª. Todo o universo, toda a história da Humanidade, ali concentradas naquele Fiat que nao arranca ou naquele VW que entra "à chico-esperto", sem fazer sinal. Por cima dos condutores, misturadas na névoa difusa dos gases ao calor, as almas daqueles condutores travam batalhas violentas, onde há desumanidade, agressao pura, violência da mais primeva. Mas só um pouco acima, raramente essa guerra desce ao solo, cá em baixo, onde as regras de civilidade geram úlceras nervosas sob o calor desafiador, que se ri.
Chego atrasado à aula (2 vezes, com o lanche ao intervalo), jeito desajeitado, apologético, ao entrar. Aula passada, objectivos mínimos cumpridos. Voltar a casa: uma fila ainda pior. Nem a redescoberta do "Gran Turismo", dos Cardigans, no leitor de CDs salva a minha alma... É assim que se criam assassinos em série, é assim que se criam terroristas, é assim que se criam pessoas inimagináveis como a Odete Santos. "11 de Setembro? Terrorismo? Meu caro, já alguma vez fizeste a Calçada de Carriche em hora de ponta ao calor do Verao? Pois é. Isso sim, é terrorismo."
Metro: volta, estás perdoado! Traz o teu cheiro a sovaco, os teus pedintes cegos ("tenha a bondade de m'auxiliar..."), os teus romenos a tocar acordeao, as tuas suburbanas a discutir gajos enquanto mascam pastilha, os teus chungas, os teus pretos ameaçadores com as cuecas de fora e calças 3 tamanhos acima (interrupçao politicamente correcta: nem todos os negros sao ladroes, a maior parte sao cidadaos normais e bons pais de família). A sério, estás perdoado. Amanha reencontramo-nos, amore mio!