Às vezes não há mais palavra estruturada:
Alguém reduzido a nada
É alguém reduzido a nada.
Às vezes a morte é acarinhada
Em idades assim, tão estranhas...
Encapuçada,
Faz da vida uma criada
Por teorias, e por manhas.
Fingem, fingem, fingem...
Deslumbrados
(Sem que o saibam são criados);
E numa frase suspensa
Revelam um alçapão:
A vida é uma despesa,
De só viver ambição.
Não há sonho ou gentileza,
Verdade, nem esperança,
Fingem comer, e rir, saber
Conhecer a natureza -
Fingem ser uma criança.
Algum dia o sol mais puro
E aquela primeira luz
Vencerão um existir escuro,
A quem a morte -
Pensando ser vida -
Seduz.
Pedro Oliveira
Alguém reduzido a nada
É alguém reduzido a nada.
Às vezes a morte é acarinhada
Em idades assim, tão estranhas...
Encapuçada,
Faz da vida uma criada
Por teorias, e por manhas.
Fingem, fingem, fingem...
Deslumbrados
(Sem que o saibam são criados);
E numa frase suspensa
Revelam um alçapão:
A vida é uma despesa,
De só viver ambição.
Não há sonho ou gentileza,
Verdade, nem esperança,
Fingem comer, e rir, saber
Conhecer a natureza -
Fingem ser uma criança.
Algum dia o sol mais puro
E aquela primeira luz
Vencerão um existir escuro,
A quem a morte -
Pensando ser vida -
Seduz.
Pedro Oliveira