sexta-feira, janeiro 30, 2009

O Pudor

Embora a razão subjacente não seja demasiado intrigante, falar de uma revista masculina, ou uma 'lad's mag' parece ainda um facto excêntrico.

Eu não sou um consumidor propriamente dito - compro uma ou outra edição de uma portuguesa que eu acho deslumbrante - como foi o caso da Joana Freitas e da Bárbara Taborda, mas acho que por vezes ainda se confunde estas revistas com os produtos 'subprime' no fabrico de um estereótipo.

Pessoalmente, deixem-me dizer claramente: tenho imensa curiosidade pela adaptação à realidade nacional. Quem são as nossas mulheres mais sexys é um tema que me interessa. A líbido barata satisfaz-se com qualquer porcaria, se quiserem ir por aí... Quando do que é cá da terra se diz ter outro encanto, é porque nem só de instintos neandertais se faz essa curiosidade.

Ainda assim, é um facto que o esterótipo - mesmo que numa mera piada, persiste. Não digo que sejam santos os consumidores dessas revistas, haverá de tudo. Digo apenas que para os instintos mais básicos, menos nobres - não falta, convenhamos, material...

Os italianos chamaram tiramisù ('tirami': levanta-me, 'sù': para cima) a uma doce que 'levanta o espírito' (sem piada brejeira - per favore). É mais ou menos isso que eu vejo numa revista masculina 'mainstream'. Uma curiosidade e um sorriso malandro, uma revista diferente, que corta o dia-a-dia, da mesma forma que o Eça dizia (quem sabe criticando portugueses como eu) que os decotes das senhoras cortavam a seriedade das conversas dos homens no salão. Eu gosto de ver uma GQ ou um FHM no meio dos jornais 'sérios'.

Meus caros, basta folhear a GQ, onde escrevem Miguel Sousa Tavares, Miguel Esteves Cardoso, Maria Filomena Mónica, João Pereira Coutinho, etc. Não me venham também dizer que isso é uma revista ordinária.

Ah, e deixo aqui uma sugestão. Qualquer dia, de alguém que comprar uma revista tal até se pode dizer: ui... queeee...



Mas 'Marie Claire' é de homem.