Agora que eles vão deixar os relvados, a homenagem aos dois melhores futebolistas portugueses da minha geração: Luís Figo e Rui Costa. Qual deles o melhor? Difícil dizer. Figo teve uma melhor carreira, do ponto de vista objectivo. Rui Costa, contudo, manteve melhor a essência do jogo. Estou ainda para saber qual deles tem razão na sua abordagem, ao jogo e à vida: a 'realpolitik', o pragmatismo desapaixonado, o individualismo de Luís Figo, ou o espírito de grupo, a nobreza, no sentido mais antigo, de Rui Costa. Talvez Figo seja mais um "women's man" e Rui Costa um "men's man". Quem sabe. E talvez, também, este país, esta equipa, seja feita, às vezes, da soma dessas diferentes virtudes - como desses diferentes defeitos - num relvado. Diz que então surge essa coisa antiga de "poesia".
Estiveram ambos na melhor equipa nacional de que me lembro: a do Europeu de 2000. E o jogo do 3-2 contra Inglaterra terá sido, talvez, o que mais me marcou de todos os da selecção.
Foram enormes, cada um a seu jeito. Enfrentaram as dificuldades da vida (quem se lembra delas?) de maneira diferente - e venceram. Menos exuberantes ou explosivos, estes foram dos últimos genuínos "lusitanos". Tiveram que respeitar mais regras, mais tempos. Olhem para Cristiano Ronaldo: é quase um jogador brasileiro... Quem sabe isso seja bom. Quem sabe, a partir de determinado ponto de desenvolvimento, os dois países estejam mais parecidos. E no entanto, algo se perde. Há sempre algo que se perde.
Outros virão. Melhores, piores - quem sabe? Estes foram os que marcaram a minha geração - e por isso são insuperáveis.
Estiveram ambos na melhor equipa nacional de que me lembro: a do Europeu de 2000. E o jogo do 3-2 contra Inglaterra terá sido, talvez, o que mais me marcou de todos os da selecção.
Foram enormes, cada um a seu jeito. Enfrentaram as dificuldades da vida (quem se lembra delas?) de maneira diferente - e venceram. Menos exuberantes ou explosivos, estes foram dos últimos genuínos "lusitanos". Tiveram que respeitar mais regras, mais tempos. Olhem para Cristiano Ronaldo: é quase um jogador brasileiro... Quem sabe isso seja bom. Quem sabe, a partir de determinado ponto de desenvolvimento, os dois países estejam mais parecidos. E no entanto, algo se perde. Há sempre algo que se perde.
Outros virão. Melhores, piores - quem sabe? Estes foram os que marcaram a minha geração - e por isso são insuperáveis.