Nome do senhor: Antonio Caprarica. Já o tinha achado parecido há alguns meses, também na Rai. Hoje à noite esteve no "Porta a Porta". Não sei bem como explicar melhor este post que dizer que... parece-me estar perante um sósia do Pacheco Pereira! Está ali o estilo, a cadência na oralidade, inclusive no gesto. A análise da realidade é igual: fria e cortante, mesmo de forma empática com os outros ("que me desculpem, eu sei que sou insensível, um cínico [semi-sorriso], mas acho que..."). Extraordinário.
Fui investigar na Internet. Antonio Caprarica é jornalista, correspondente da Rai (diz-se fascinado pela informação). Antes tinha sido comentador de política interna. Formação universitária? Pois é - Filosofia. Também escritor (embora de ficção, que eu acho JPP não se aventurar fazer nesta fase da vida). E, por coincidência, no programa de hoje lá estava a criticar uma certa maneira de ser francesa (discutia-se o affair Sarko-Bruni), e resmungou mesmo, a meio da conversa, "como sabem a divisão direita-esquerda saiu da assembleia francesa" - a mesma divisão que JPP tantas vezes critica como nos cegando para a realidade. Leio numa entrevista que tem grande filiação pela Grã-Bretanha (onde, aliás, foi correspondente da Rai), tendo escrito um livro para "convencer" os italianos às virtudes anglo-saxónicas.
Veja-se um pequeno excerto da entrevista, onde é interpelado (é da praxe...) também a propósito da comparação gastronómica dos dois países:
"Lei attualmente dirige la sede Rai di Parigi. Se non altro dal punto di vista gastronomico, a mio avviso, ci ha guadagnato….Ma a parte la cucina, che differenza ha riscontrato tra il popolo francese da quello inglese?
No, non ci ho guadagnato con la cucina. Se uno non ama la panna, in Francia rischia di morire di fame.Per quanto riguarda la differenza tra i due popoli, la più importante è nel concetto di libertà. Per gli inglesi è soprattutto quella dell’individuo, per i francesi quella dello Stato, anche contro l’individuo."
O que é que nunca falta sempre na sua mala? Adivinhem lá... livros, muitos livros! E o que é que levava para uma ilha deserta? A mulher e uma biblioteca.
Tudo isto a partir de uma semelhança de estilo. Muita Agatha Chritiezinha, muita Miss Marple. É um dedo que adivinha. Um dia hei-de descobrir uma maneira de capitalizar este talento.
Como é que é? Ando com tempo a mais nas mãos? Não é bem isso - consigo é fazer tempo para o que não interessa muito à minha vida (objectiva). Um dia alguém me vai dar razão.
O que é que nunca falta sempre na sua mala? Adivinhem lá... livros, muitos livros! E o que é que levava para uma ilha deserta? A mulher e uma biblioteca.
Tudo isto a partir de uma semelhança de estilo. Muita Agatha Chritiezinha, muita Miss Marple. É um dedo que adivinha. Um dia hei-de descobrir uma maneira de capitalizar este talento.
Como é que é? Ando com tempo a mais nas mãos? Não é bem isso - consigo é fazer tempo para o que não interessa muito à minha vida (objectiva). Um dia alguém me vai dar razão.