domingo, maio 13, 2007

Do Palavrao

Uma das coisas a que alguém que gosta de palavras é mais sensível é o palavrao. Mais nao fosse, é uma forma preguiçosa de falar - nao requer qualquer esforço de expressao. Por vezes até passa por apanágio dos "puros", que nao estao com meias-tintas. Nao é a minha opiniao.

Mas enfim, o palavrao existe e de alguma forma é bom que exista. Suponho que existe alguma área do nosso cérebro que sabe o palavrao interdito na sociedade; vai entao buscar essa interdiçao para a quebrar em situaçoes-limite - por exemplo, em situaçoes de dor. O prazer dessa quebra de interdiçao social (assim é o ser humano...), de alguma forma compensa a agressao que o organismo sofre. É tudo uma questao de débito e de crédito.

Escandaloso é, para mim, o uso gratuito do palavrao, porque se tornou hábito, mera indulgência. É que a auto-indulgência, diziam os antigos, nunca é bom caminho. Devemo-nos perdoar a nós mesmos - mas nao demais.